terça-feira, 23 de dezembro de 2008

E vem chegando ano novo...

Eu não sei quanto a vocês, mas eu, euzinha, tenho calafrios e aquela ansiedade no peito quando vejo o calendário marcar dezembro. Ultimo mês do ano. Mais um ano que passou.
Eu que estava acostumada a preencher o número desse ano, que acostumei com a nova idade, tenho que me despedir dele e encarar o ano novo, chegando inegavelmente. Ai, ai, que calafrio.
Eu não o conheço! Será que ele vai ser bom pra mim? As minhas metas nele  poderei continuar cumprindo? O meu esforço bastará? E como será somar mais um ano de vida neste ano que nasce? Todos viverão felizes ou eu chorarei a perda de alguém? Ou ainda: viverei para ver o outro ano novo?
São tantas questões, tantas incertezas, tantas aspirações para quais ainda não tenho respostas, e não as terei se não viver, somente. Então o que me resta de certo é que ele vem, queira ou não, ele vem e vem carregado de esperança. Encontrando todos vestidos de branco, fazendo suas rezas, pulando suas sete ondinhas, jogando arroz, fazendo mandingas, seja lá o que for, mas vem para todos e por nossa vez o recebemos, com o coração repleto de ansiedade, com a vida cheia de projetos e com a fé neste futuro incerto.
Feliz ano novo! Felicidades à nós todos.
Bjks.

UM MAL GENÉTICO

Uma herança passada ao longo dos anos. Está com o homem desde a sua criação.

Nasceu no soprar do fôlego e de lá se propagou, engolfando os homens, que se dizem

humanidade.

Talvez até Deus tenha se arrependido de criar o homem, talvez, tenha ficado insatisfeito ao

lhe dar um coração: órgão onde toadas emoções se manifestam, inclusive a violência.

Não se sabe o que move o homem a serem violento, muitos estudam tal natureza, porém,

nada impede que este mal se prolifere. Alguém coloca a culpa nessa ou naquela situação, mas,

isso é apenas para esconder um mal. Talvez um mal genético.

O sossego de sair às ruas evaporou-se com as brutalidades epidêmicas dos assaltos,

assassinatos, estupros e desrespeito , que traz a amarga certeza de que não se é dono de mais

nada, apenas do medo. Porque se sabe que quando encurralados se é capaz de violência maior

ainda.

Não há condições de se divertir porque toda diversão acaba em destruição impossibilitando

a disciplina, ocasionando a devassidão.

Quanto mais o mundo se moderniza, mais o conceito do homem decaído, atrasado,

indisciplinado, ignorantes e acima de tudo insuportáveis. E quanto mais se pensa em melhoras, em

restauração, chega-se a uma única conclusão: todos os métodos, todos os atos de punição,

também é violência. Como deter violência com violência ?

A bem da verdade é que o homem e seu lado violento é um mau sem cura, e, quanto mais


doente fica, contagia os que estão à sua volta. Se ficar frustado, desconta no álcool, na

droga, agredindo a si e consequentemente agressão exterior que desencadeia em agressão

judicial, que termina em violência atrás de uma grade. Assim vai, desencadeando e encadeando,

neste circulo vicioso.

Alguns se escondem atrás de desequilíbrio mental, só que na realidade, muitas vezes, é

malandragem mesmo, genes ruim. O ser humano de humano não tem nada, e seu nível psíquico é

quase zero. Na realidade são um bando de idiotas que vai a um volume monstruoso de cegueira,

incapacitados de viverem em paz uns com os outros.

Talvez fosse tempo de parar com isso, restaurar o mundo, mas... Como ? Como ir de

encontro com inconscientes incivilizados, ignorante, hipócritas, umas verdadeiras “bestas” ,

sabendo que se ocasionará mais violência ?

E se pensar bem, talvez seja melhor deixar tudo como está. Talvez seja um caso perdido.

Quem sabe um dia o mundo se conscientize, se civilize, se entenda e possa viver em paz.

Quem sabe ?

É melhor que isso, conscientização, aconteça logo. Porque parece que tudo está

condenado, tudo no mundo caminha fazendo sujeira que outros não sabem limpar : desconhecem

a palavra limpeza.

Quem sabe tudo um dia volte a ser um paraíso. Tudo pode acontecer. Seria demais confiar ?

No entanto, a realidade é esmagadora: violência é do sangue, irreversivelmente um mal

genético.

CHUTANDO A BOLA DA VIDA

Quando a bola rola no gramado e os silvos das torcidas se elevam agudos, grave, acompanhado de assobios, fica claro uma coisa para os olhos e corações dos brasileiros: mais um jogo, uma partida de futebol começou. Nessa hora não importa a cor, a raça, a nacionalidade, a classe social, as diferenças, as religiões de cada um, o que importa mesmo é que neste momento o povo, nós, estamos unidos no mesmo sentimento, no mesmo pulsar e correr de sangue. O sangue que só os brasileiros possuem quando se trata de futebol.
Bem, isto é o que dizem, mas será que realmente é o que acontece? Será que para todo esse fervor é puro, é realmente genuíno?
Ao desconfiar pode-se entrever uma outra realidade dura, possivelmente veraz, decepcionante, mas existente: quando a bola rola no gramado, muitos vêem cifras vultosas correr de pé em pé e enquanto a multidão aplaude e vibra, outros enchem seus cofres. Cofres de interesses.
Em tudo há ganância e o futebol não ficou de fora, também é alvo desde que sua inocência escorreu para dentro da boca de lobo do capitalismo.
Quem pode afirmar que o futebol não é uma empresa capitalista? Ninguém. Todos sabem que a verdade é uma só: o lazer gostoso e descontraído, o futebol inocente e sincero, foi arrancado do povo por mãos ávidas de dinheiro, muito dinheiro. E a prova disso é o pouco caso dos jogadores, a falta de garra numa partida, porque se ganhar ou perder o dinheiro está garantido pelos milhões de torcedores que gastou sua miséria pra ver o time preferido jogar.
Nem o poder do país fica inocente nessa, pois, é nessa hora, nesse momento de maior distração que aproveita para mover as leis em prol de si mesmo, visando a rede dos próprios bolsos, onde marcam seus gols puramente egoísta.
E então, não há nada que compensa o povo no pós-entusiasmo futebolístico, porque depois de tudo passado e esquecido confrontam com a dureza, a crueza real de que o poder nas mãos de alguns transformou o sentido do futebol caseiro, num leão indomável, fabricante de dinheiro.
Há mais culpados do que inocentes nesta história. Eu e você por ter consciência disso e assim mesmo insistir em ir lá, entregar o trabalho, o suor, naquele guichê pra depois prantear com raiva a vitória do descaso sobre a satisfação, e eles que possuem as mãos ávidas por dinheiro, que não dão valor ao sentimento e significado, nem a vida e que se possível fosse transformaria a nossa vida em interesses, em moeda. Escrúpulo, decência e consideração são para quem tem e quem não possui isso, nem rezar será o suficiente, e, nessa deficiência, nessa nossa ignorância, nesse nosso conformismo, prosseguimos chutando a bola da vida.

Ser mãe

Como ser mãe, como educar um filho, sem que a agulha da incerteza, o peso esmagador da responsabilidade nos paralise diante dessa enormidade que é criar um ser humano.
As prateleiras das grandes livrarias estão superlotadas de livros “ajudatórios” para criar um ser humano “perfeito”, uma pessoa centrada. Livros recheados do tipo: não seja duro nem violento com seu filho, não bata, não ofenda, não olhe feio, não diga isso nem aquilo, porque se dizer seu filho vai ser uma pessoa mal resolvida, revoltada, pode vir a ser um drogado, assassino, violento, vingativo e por aí vai. Daí me pergunto: e os filhos de quem escreve esses livros? São exemplos de pessoas? A fórmula que eles ensinam é baseado em quê? Então depois de beber as palavras e ensinamentos impressos vem a decepção: o filho do tal se suicidou ou é dependente químico ou está preso por ser mal.
Poxa! Alguém pode devolver o meu dinheiro? Corrigir o meu cérebro que bebeu aquelas palavras? Devolver o meu rumo, ou meu bom senso que foi contaminado por tão belo texto? Reavivar a minha crença que creu em tão amplo estudo? O que está certo afinal? Se quem estava me ensinando, “ajudando”, falhou ao educar? Chora por não ter criado algo bom? Sofre pelas conseqüências de suas atitudes? E se culpa por produzir uma pessoa má, sem caráter, um criminoso? Chego a respirar fundo, a cabeça dando um nó sem tamanho. Estou sozinha no ato de educar, posso apenas contar com meu marido que também sofre com a incerteza de como ser pai nesse tempo tão mudado.
Educar. Palavra pequena e de grande responsabilidade. É como se uma arma letal estive apontada para a humanidade, porque um dia o que foi educado vai ser solto no mundo e daí por diante a escrita da vida quem faz é ele próprio, mas para isso a base tem que ser boa e profunda, senão quando tudo for liberado as conseqüências poderão ser um desastre. Ta certo, quando nosso filho nasce, nasce como um papel em branco, somos nós, pais, que vamos escrever o prefácio desse ser, dessa vida que um dia será uma pessoa adulta. Cabe a nós, pais, decidir como vamos escrever usando o bom senso que foi o que guiou as nossas mães e pais, pois naquela época não tinha tantos livretos ensinando como eles deviam proceder. Digo que eles foram heróis pois com pouco recursos e letras criaram pessoas brilhantes, amáveis, inteligentes, respeitadoras e diga-se vencedoras.
Eu me considero isso e devo tudo aos meus pais que aconselhou, brigou, bateu quando precisou e estou aqui, não morri e os respeito. Naquela época minha mãe não deixava jogar lixo no chão, vendia papelão, plástico e metal e em hipótese alguma deixava desperdiçar água., é tanto que essa campanha para a preservação do meio ambiente não me afetou, porque cresci assim, sem saber, preservando o meio ambiente. Tudo graças àquela mulher simples, quase sem estudo (por que não teve a oportunidade que eu tive e que meus filhos estão tendo) tinha o bom senso e era a única coisa a qual podia contar. E fez certo.
Agora a minha geração, com diplomas, tantos livros, pesquisas, sites e blá, blá , blá nunca esteve tão confusa e burra na arte de educar. Digo isso com certeza, sou mãe, tenho dois para educar na minha mão e tantas e tantas vezes não sei o que fazer com eles, sou corroída pela incerteza, cheia de dúvidas quanto ao certo e morta de medo de estar criando algo próximo do que se classifica como mal.
Nessas horas tento lembrar de como minha mãe reagiria em situação semelhante e as vezes funciona, mas as vezes descubro que estamos em uma outra época onde muitas vezes o que é certo, é errado e o que é errado é certo. Então cercadas de dúvidas, incertezas, pavor sigo nesta tarefa árdua de educar e com a terrível certeza de que ser mãe ou pai não é tão simples nos dias de hoje.

Mais uma vez : o tempo

Tempo. O que é isso?
Gostaria de fazer milhões de coisa e dizer milhões de palavras, mas não consigo, falta tempo. O tempo é escasso e entre um afazer e outro, roubo o tempo para teclar algumas linhas. Linhas que podem traduzir muito em pouco tempo.
Somos tão alienados a trabalho, conquista, busca, acúmulo de coisas, que ao final de tudo a vida acaba se tornando apenas um projeto, digo vida no sentido de viver.Durante esse tempo, nessa busca, nessa ânsia de mais isso e mais aquilo, o que verdadeiramente tem valor fica esquecido no “depois”, e assim sendo depois de tantos “depois”, quando olhamos pra trás nos assustamos com o tanto de coisa que juntamos, coisas supérfluas, coisas vazias que se atravancaram em nossas vidas e nos deixam sem tempo de ver nosso caminho, sem falar no outro tanto de coisas que deixamos de cuidar.
Às vezes moramos há um “século” num edifício e nunca falamos bom- dia para o morador ao lado, nunca o vimos. Falamos cem vezes com a telefonista do banco e nunca nos lembramos do nome dela. Entramos no trabalho usando o elevador lotado, mas nunca olhamos de fato para pessoas que todos os dias ali se ajuntam. Isso sem falar do ascensorista, da recepcionista, do eletricista, do encanador. Acostumamos a vivermos feito robôs, plugados, mas desconectados. Nossos filhos passam a maior parte da tenra infância na escola e quando estão em casa não damos a atenção devida e de repente estão crescidos e nem nos demos conta disso. Não temos tempo.
Quantas vezes dizemos “eu te amo”? Sorriram para nós e sorrimos de volta? Fomos gentis na fila do banco? Demos passagem no trânsito? Fomos bondosos com a mulher grávida? Demos preferência de assento ao idoso? Ajudamos alguém “especial” a dar um passo a mais na vida? Doamos as nossas roupas (esquecidas no armário) para alguém que não tem para esquecer? Fizemos uma prece? Quantas vezes lembramos de Deus? Falta tempo.
Falta tempo para ser bom, para sorrir ou ver o sorriso de alguém, para dizer “preciso de você”, para ver nossos filhos crescer, observar à nossa volta, ouvir o canto dos pássaros, sentir o sol, esquecer por instantes o celular, laptop, trânsito e tudo mais, para simplesmente parar e agradecer.
Agradecer a Deus, por toda essa maravilha que é a natureza, por esse ar que entre e sai do nosso corpo, pela perfeição do próprio corpo, pela vida, por cada amanhecer que sempre nos dá a chance de reparar o ontem e viver em paz o hoje, por nossa saúde, pelos nossos filhos, pelo esposo ou esposa nosso companheiro de estrada, pelos nossos pais que se esforçaram ontem para que nós fossemos o hoje, pelo nosso amigo, pelo nosso inimigo que por mais que nos odeia nos ensina a viver, pelo chão que produz o pão, pela chuva que o encharca e fecunda, pelo planeta Terra, pelo prazer de sermos um indivíduo, um ser que ama, sofre, batalha e tem a chance de escolher: derrota ou vitória. Agradecer pelo privilégio de sermos a progressão divina que por mais ignorantes que sejamos os olhos Dele estarão sobre nós, protegendo cada passo, cada instante dessa nossa existência tão sem tempo.
Está na hora de termos tempo para as coisas boas que Ele nos deixou, basta apenas um pouco de esforço da minha parte, da sua parte, de um simples toque no botão PARE.
Está na hora de termos tempo para ser feliz. É pedir demais?
Um grande beijo.

A mulher nos dia de hoje

Nunca a mulher esteve tão sozinha quanto ela está nos dias de hoje. Somos tão auto-suficientes, inteligentes, cultas e, no entanto estamos amargando dias de solidão. Não importa a sua condição sócio-econômica, casada ou solteira; estamos sim, amargas e sozinhas.
Hoje nem de longe lembramos a mulher típica das quais nossas avós fizeram parte. Estas foram educadas para casar, procriar e servir. Podemos estender o olhar para além do tempo e veremos que já fomos moeda de troca, escravas, comércio, estorvo ou simplesmente máquina reprodutora. Que apanhamos, choramos, sofremos e sorrimos servis, porque a condição feminina era aquela, e era o que conhecíamos.
O tempo veio e fomos ganhando espaço, o que significou um avanço porque passamos de escravas para esposas e expositor onde os maridos nos cobriam de jóias para assim mostrar o seu poderio econômico, mas o nosso dever ainda permanecia intacto, o dever de servir e honrar o marido, cuidar da casa e ter muitos filhos. Aquelas que o marido tinha um poder aquisitivo melhor eram dondocas, tinham até certo conforto, mas também tinham filhos com a mesma freqüência das mulheres que moravam nas várzeas, e, era comum morrerem no parto devido à assistência frigorífica das parteiras. A vida era só sofrimento, nada mais.
Então, certo dia, veio a revolução. Queimamos nossos sutiãs e foi o começo do ditado da nossa cartilha. E foi uma explosão. Fomos taxadas de vadias, pecadoras e fomos desonradas, envergonhadas, excomungadas, excluídas, mas isso não foi empecilho algum. Ganhamos as ruas, as indústrias, os bares, restaurantes. Abrimos nossas carteiras e exibimos nossa independência atracando com o poder de dizer sim ou não a reprodução graças aos anticoncepcionais. Decolamos, voamos alto e agora cá estamos saboreando a nossa emancipação: mas ela tem gosto de quê?
Todas estas conquista (benditas), todo esse nosso esforço, toda essa nossa garra, acabou por fazer “mal” à sociedade, à família, a nós mesmo. Hoje vemos nossos filhos serem educados por babás ou entidades, o nosso lar na mão de quem nem se preocupa com ele, o nosso homem um bicho papão e assim vemos dia após dia à paz, a tranqüilidade escoar para dentro da nossa caçamba de culpa. Estamos sim, culpadas, mortificadas, estressadas, viciadas em calmantes, a beira de um ataque de pânico, enfartadas, morrendo cedo. Se não formos agressivas não escovamos nem nossos dentes por pura falta de tempo, porque ao sentirmos culpadas por tudo acabamos arcando com mais coisa do que podemos suportar.
Porque de nossos ombros não foram tiradas nenhumas das responsabilidades competentes e sim agregadas mais algumas. Eu posso ser uma profissional de sucesso, mas também limpo nariz de criança, faço supermercado e troco fraldas.
Hoje em dia o divórcio é comum entre mais e mais casais, em conseqüência disto a destruição da base familiar para nossos filhos, tirando deles a chance de crescerem saudáveis emocionalmente e se tornarem adultos seguros. Agora não sabemos o que é pior se é a separação dos pais e o processo todo que acarreta isso ou o serem testemunhas das brigas e acusações, lágrimas e desespero de um lar onde os pais não se amam mais, nem tem tempo de ver o que deu errado. Isto tudo acaba por matar a fé deles na vida coisa da qual nenhum humano pode crescer e viver sem.
Não sou favor da convivência deficiente, da nulidade da mulher de antigamente, mas fico com dor no coração de ver tudo se decompondo: os conceitos familiares, o respeito ao próximo, o amor. Tudo se banalizou depois que fomos às ruas, evidenciando que éramos nós que segurávamos a barra, que era nós à coluna da casa e não o homem com a prepotência, arrogância e machismo deles como se pensava. Isso tudo dói na gente.
Ainda hoje somos nós (me desculpem os homens, mas vocês ainda precisam evoluir muito) que mantemos o lar em pé, talvez meio deficiente, cheio de falhas mas pensamos em nós e na família. Somos capazes de diversas funções ao mesmo tempo e damos conta de quase todas elas, não todas porque não somos deusas e nem temos o poder de estar em dois lugares ao mesmo tempo (ainda não). Somos mãe, pai, dona de casa, amante, profissional, mulher e bela. Carregamos conosco a eleição prioritária de nossos filhos e driblamos o nosso próprio relógio. Às vezes sem nos darmos conta nesta escala nós mesmo vem em último, mas não desistimos, cumprimos nosso dever.
Sabemos que com todas estas inclusões e exclusões não ficou nada fácil reproduzir, e a maternidade tende a chegar mais tarde ou a nem vir (o nosso corpo se nega a fecundar neste nível tão alto de estresse), nem conviver conosco porque sempre estamos à beira de um ataque nervoso o que obriga os homens a reavaliar seu papel, serem mais tolerantes e se resignar porque que apesar de tudo somos auto-suficientes.
Isso tudo é para as casadas que dia após dia fica mais turbulenta sua vida, nesta ânsia de conciliar tudo: trabalho, casa, marido e filhos; mas ser solteira nos dias de hoje também é muito complicado.
Esforçamos, estudamos, lutamos, nos formamos, conseguimos deslanchar a carreira, é somos bem sucedidas e quando vemos estamos sozinha, somos uma ameaça para o publico solteiro masculino. O que há de errado conosco? Porque não conseguimos manter um relacionamento? Não há nada de errado conosco, talvez, exageramos um pouco no trabalho, mas e daí? Afinal estamos correndo agora para que no dia em que tivermos uma família tenhamos tempo pra ela, mas formar essa família é que é difícil hoje em dia. Os homens vêm, se dizem apaixonados e depois de algum tempo estamos só, fomos descartada. Nunca sabemos como agir ou o que fazer em relação à eles, somos inseguras porque queremos ser liberais. Temos medo de transar na primeira e depois ele sumir, daí se não transamos logo de cara eles acabam por sumir porque não querem investir em relacionamentos; se damos mole somos descaradas; se somos sérias: essa garota se acha e os manuais de sobrevivência não ajudam em nada. As revistas que vem recheada de depoimentos masculinos (nada sinceros) sobre isso ou aquilo que a garota tem que fazer para conquistá-los é puramente ilusão. Lá eles posam de bonzinhos resolvidos e modernos, mas na pratica eles não são assim. Eles continuam sem querer discutir os problemas, sem telefonar depois de um encontro, sem dar devida atenção ao ego feminino que é sofisticado, mas tem uma carência crônica; gostam que a última palavra ainda seja deles, eles continuam sim a carregar com eles (alguns, não todos) a prepotência machista dos nossos avôs, e nós, a dependência da presença deles herdadas das nossas avós, o que deixa claro que para algumas de nós a vida só está completa ou são normais quando estão com alguém para casar, namorar, no entanto, namoro, casamento necessita de cuidados, dedicação e paciência e para isso é necessário tempo e não o temos.
Então chegamos a um impasse: Porque temos a necessidade de termos o nosso homem? E quando o temos gostaríamos de não ter? Se solteiras queremos casar? E se casadas queremos descasar? Se mães: ô sofrimento; se não: ô tristeza. O que realmente queremos para nossas vidas? Do que valeu nossas antepassadas lutarem tanto para nos dar esse presente se ainda continuamos atreladas à idéia de que é preciso estar e não o ser com alguém para ser feliz? Quem disse que ter um companheiro é sinônimo de normalidade? Quem disse que ser solteira pra sempre é saudável? A solução para ser feliz não é procurar fora do nosso corpo, não é estar apaixonada e depois chorar a dor de amor, não é estar isso ou aquilo, é ser. Ser o que quiser ser. Solteira, casada, separada, lavadeira, bombeira, freira, executiva, etc. Mas ser boa no que decidir ser. Isso é difícil sim, mas viver nunca foi fácil.
Talvez ao aceitarmos isso deixaremos de ser esta multidão feminina, desorientada, confusa, cada vez mais solitária, incompreendida, cobradas para sermos sempre 10, porque se formos 9,5 somos ignoradas. Deixaremos de lado a estigma das vovós, aquela mulher simples que tinha apenas como objetivo educar os filhos e satisfazer o marido, que olhava o mundo pela janela.
Talvez assim façamos com que vejam o nosso sucesso e que se somos bem sucedidas não é porque facilitamos as “coisas” para o chefe, mas sim porque foi reconhecido o nosso esforço, o nosso potencial, o nosso intelecto e quem sabe acabaremos com a opinião bestial de que mulher é apenas um rosto e um corpo bonito com o mínimo de cérebro.
A nossa luta está longe de terminar, ainda temos que continuar provando que podemos ser boas em tudo sem a execrável comparação: boa tanto quanto um homem, mas sim boas, ótimas, apenas isso por mérito; para que num futuro próximo (esperamos) as nossas filhas possam fazer frente em igualdade com os homens sem pejoração, sem perder a pose, nem o brilho, nem os cabelos e nem descer do salto.
Ao futuro!

Sonhos

Eu tinha 15 anos quando que, por impulso, comprei uma revista de noiva e lá estava ele: o vestido. Eu, adolescente, com toda a vida e estudo pela frente; é claro que ainda não pensava em casamento, no entanto tive certeza que quando me casasse seria aquele vestido que todos veriam em mim, era esse o vestido dos meus sonhos. A revista com a página marcada foi guardada. E o tempo passou.
Com 26 anos conheci o homem da minha vida e entre namoro, noivado e casamento foram 9 meses. Sempre fui decidida e não tinha dúvidas quanto a querer viver com ele. A data do casamento estava marcada e começou a correria contra o tempo: enxoval, buffet, reforma da nossa casa e finalmente o vestido de noiva.
Fui atrás da minha revista guardada por 11 anos para aquele momento tão especial. Levei o modelo para confecção e quando me passaram o valor final do vestido, fiquei muito triste, na atual circunstância com tantos gastos referente ao casamento, o valor do vestido era muito alto. E era mesmo.
Não disse nada a ninguém, porém tudo perdeu a graça, podia ser uma frivolidade o meu desejo pelo vestido, mas era importante para mim que guardei durante 11 anos o modelo. Era o vestido dos meus sonhos e mesmo que fizesse ou alugasse outro não seria a mesma coisa.
Assim, cheia de tristeza, comecei a busca por outro vestido. Foi terrível, porque nada me agradava, e depois de tantas buscas eu não tinha um vestido ainda. Os dias se estenderam e a data do casamento se aproximava.
Quando faltavam apenas 15 dias para o meu casamento, minha cunhada entrou em pânico quando soube que eu ainda não tinha um vestido, foi aí que ela se lembrou que uma tia do marido dela tinha um ateliê de noivas e madrinhas e sugeriu que fossemos dar uma olhada. Topei e estava decidida a escolher qualquer um desta vez.
O lugar onde ficava o tal ateliê era horrível, sinceramente eu nunca procuraria um vestido de noiva num lugar como aquele. A escadaria era infinita, era como descer no centro da Terra e no final dela uma porta enferrujada. A mulher empurrou a porta rangente e eu ao entrar estaquei, paralisada de espanto. Todas me olharam assustadas.
Inacreditável, mas lá estava ele, o vestido da minha revista, o vestido dos meus sonhos, vestindo o manequim. Corri para ele sem quase respirar, era impossível, mas estava acontecendo. Com a voz embargada de emoção, contei a história para elas que ficaram surpresas. Rapidamente a mulher pediu para eu vestir o vestido; seria o teste, se realmente aquilo tinha que acontecer o vestido teria que servir em mim. Com o coração aos pinotes o vesti e nunca vi algo ser tão perfeito, parecia ter sido feito para mim. Não precisou de nenhum ajuste, vestia perfeitamente bem e os acessórios acabaram de completar. Eu ria feito uma boba e quando ela disse o valor, chorei de felicidade: eu poderia pagar por ele.
Depois ela me contou a história do vestido: uma moça trouxe a revista e mandou fazer, pagou, mas então o casamento acabou e ela nunca veio buscar o vestido e ele ficou guardado por algum tempo, quando indagada sobre o que fazer com o vestido a moça disse para dar um “fim” qualquer a ele. E ele ficou lá, num varal suspenso no teto, no cantinho, escondido pelos outros.
E então, justamente naquele dia pela manhã, a mulher ao arrumar os vestidos no varal ela o viu e sentiu vontade de vestir o manequim mostruário com ele, e só agora ela entendia o porque dessa vontade.
Só sei que se ela não tivesse obedecido esta vontade eu nunca teria visto o “meu” vestido e não teria realizado o meu sonho e minha felicidade não teria sido completa.
Este foi um dia especial, lindo e feliz da minha vida. Existiram outros com certeza porque sou feliz no meu casamento, tenho dois filhos maravilhosos, mas este dia ficou marcado e quando me lembro dele sempre me emociono, como agora ao escrever para vocês.
Um brinde aos nossos sonhos.
Beijos.

O tempo

Há quem diga “só o tempo pode curar todos os males” ou então “tenha paciência com o tempo isso se resolverá”. Pois é, isso vale para muitas coisas, no entanto, nos dias de hoje ele virou artigo de luxo embora sabendo que há tempo para tudo: tempo de rir, chorar, cantar, sentir dor, sofrer por amor, enfim, o tempo é implacável e absoluto. Ele torna a vida ciente de que é passageira, mostra o finito da humanidade, mas também traz esperança quando nasce uma criança.
Quem dera que se pudesse aprender com o tempo, buscar paciência e aguardar os acontecimentos, porque assim a humanidade não andaria de braços dado com a pressa, com o agora, com o repente. Seria calma, harmônica, sorriria mais, notaria as pequenas coisas que, muitas vezes são as que tem maior valor, amaria o que se tem agora e não se preocuparia com o amanhã.
O tempo curaria todos os males, abriria a alma para absorção plena do que realmente vale a pena, aproximaria de quem se ama e estaria livre para Deus.
Devido a falta Dele e do tempo que há tanta miséria humana, não há mais valores morais, perdeu-se a fé, a espontaneidade, e, não muito longe se vê o resultado disso: lares desfeitos, jovens confusos mergulhados no abismo das drogas, crianças abandonadas, ódio, violência, rancor e sofrimento apenas.
A causa disto é o ser humano que cegamente busca mais e mais coisas supérfluas deixando as crianças para serem educadas por escolas que, por melhores que sejam não substituem amor de pai e mãe; deixa a vida ser controlada pela febre do consumismo, pelo capitalismo e sendo assim não sobra tempo pra mais nada.
E assim neste círculo vicioso a humanidade sucumbe. É o fim? Talvez não.
Talvez respostas virão do tempo.

Autêntico Milagre

Existe muita coisa ruim na vida humana. Coisas que quando Deus fez o homem (eu creio que ele fez) não botou dentro dele maldade, mesquinhez, hipocrisia, inveja, muito menos violência, isto o homem criou por si só, com sua mente desocupada e destreinada de pensar coisas boas. Isto é muito triste. Sendo assim, o legado que foi sendo deixado pela história da vida, não foi lá grande coisa, tiveram coisas escabrosas que o tempo escondeu, outras que para sempre envergonhará a humanidade, mas é claro que muitas coisas dessas foram feitas pela a humanidade, para que fossem livres, para isso ou aquilo. Então tá, estamos agora aqui, exatamente neste século, e o que se pode dizer é que quase não houve mudança, a não ser pelo fato do planeta estar super populoso e estar morrendo aos poucos devido ao descaso de uns aqui e o medo de empobrecer dali. A maldade agora anda de mão dadas com a corrupção que por sua vez é prima da hipocrisia que vive de caso com a mesquinhez e esta gera a inveja que resulta em violência. Isso. Um círculo vicioso a que assistimos (e às vezes tomamos parte) sem nada fazer pra mudar porque é normal não saber o que fazer ou a quem recorrer. Hoje somos tão escolados (alguns, claro), mas ao mesmo tempo tão ignorantes porque a lei é a seguinte: trabalhe, pague seu imposto, em seus momentos de lazer, descanse e finja que não vê o que acontece. A mídia contribui para isso, para alienar nossos cérebros a um nível onde nem uma formatação dará jeito de termos novamente um QI questionante. As escolas hoje são obrigadas a aprovar pessoas que mesmo que voltasse ao primeiro ano primário não conseguiriam ser aprovadas porque não sabe escrever, se duvidar, o seu nome certo, mas elas estão lá finalizando o ensino superior, porque o governo quer mostrar para os de fora que a educação aqui deslancha. Realmente está deslanchando. Está indo para a latrina, aquela onde estão outros dejetos deixados pela história antecessora. É lastimável saber que o mundo está se degradando devido ao fato de uns poucos que dizem fazer o bem mas financia guerras para não perder seus lucros, disseminando a violência gratuitamente. E não longe vemos bandidos nas ruas espalhando o terror e quem devia estar lá para proteger destroem a vida de civis inocentes protegidos pela máscara de engano para se safar da culpa, não revelando que não existe preparo nem cacife, intelectual, espiritual, nem humanismo, para empunhar uma arma em prol da humanidade. Na verdade não sabem o que é isso e o pior de tudo é que seus superiores engessados na burocracia não fazem nada para acudir o clamor dos que sobraram do descuido criminoso. Todos tem direito e deveres e só o equilíbrio destas coisas traz prosperidade, mas esta balança está pesando desproporcional porque o que vemos hoje é só os deveres, prova disso é a afronta dos impostos, contribuições que nunca sabemos para onde vai, ou melhor, até sabemos mas fazemos questão de esquecer, talvez por comodismo, descaso, cansaço ou leis ineptas.Eu acredito (me esforço para isso) que um dia isso tudo pode mudar, mas se isso acontecer, meus amigos, estaremos vendo um autêntico milagre!

Bom mesmo era ser criança


Ser adulto é a maior esperança e necessidade de quando se é criança; mas o que é ser adulto? Ser adulto é o reflexo da infância, é o resultado da sua criança, por isso a necessidade de bases, de raízes, de origens. Dá para pensar na infância como uma "jaula" do adulto, essa um dia será aberta e o que vai ser solto no mundo será o que foi ensinado e depositado nesta jaula. Será fera solta ou fera domesticada, porque todos são feras e por isso capazes de tudo, o que vai impedir de se sair tresloucado é a criança de cada um. Ela que vai nortear seus caminhos, vai te controlar, vai por um pouco de juízo nesta sua cabeça. O ditado "a educação vem do berço" está corretíssimo, tudo o que você é, é resultado do aprendizado que se iniciou ao nascer, quando a mamãe e o papai corrigiram as muitas peraltices, quando o puniram pelos erros, eles estavam te treinando para essa selva que é o mundo, onde quem vence é o mais forte e o mais esperto, mas para isso devem-se conhecer os limites da vida. Isto é complexo. Lutar sim, mas sem esquecer que ao redor existem pessoas que buscam em você uma referência, um apoio, uma base forte, uma coluna, um motor que impulsiona. Não esquecer que, infelizmente, existem outros que buscam em você a falha, a derrota, a oportunidade da vantagem desmedida, porque o que aprenderam em suas "jaulas" foi que deveriam ser predadores não importando as conseqüências disso, no entanto, você tem que estar preparado para esse encontro, nem sempre prazeroso, muitas vezes doloroso, mas que devido sua estrutura haverá em você capacidade para vencer e sair do outro lado fortificado, pronto para uma nova etapa, trazendo ostensivamente a condecoração da batalha, o brilho do êxito. Ser adulto é derrubar um leão todos os dias, é enfrentar os problemas de cabeça erguida, ouvindo os ensinamentos da mamãe e do papai serem sussurrados no ouvido da sua criança guiando-o nesta jornada tão árdua que é viver. Serão ensinamentos para ser bom, fazer o melhor para si e para todos, a ter sempre um sorriso e um suspiro pronto pra dizer: tudo vai ficar bem, isso vai passar, dias melhores virão. Sentirá vontade de ser pequeno novamente e poder sentar no colo da mãe ou do papai, receber um abraço, um afago, com o poder de aliviar as dores da batalha e refrigerar o teu coração, porque colo de pai e mãe sempre curava qualquer coisa, fazia tudo parecer solucionável.Mas hoje é você quem dirige a sua vida e tem que se valer do que aprendeu, rezando para que seus companheiros de jornada tenham tido pelo menos o mínimo do que você teve, por que isso ajudará em muito a travessia, facilitará existência da vida, contribuirá para a paz no mundo. Nesta horas você se lembrará da sua ânsia de ser adulto e vai reconhecer que bom mesmo era ser criança.

Ela existe.

Ela existe, mas nós a ignoramos.
Levantamos cedo, trabalhamos, rimos, brincamos, amamos e nem damos conta dela, porem ela está ali, na espreita, esperando apenas o sim do Todo Poderoso.
É assim, esse espirito que vem e acaba com todos os planos, metas, sonhos, sabedoria. Ela vem e assim fica tanta coisa inacabada, tantas palavras não ditas, tantos amores não vividos, tantas contas sem pagar, tantos sorrisos para dar, tantas alegrias dissipadas. E as vezes faltou algo, faltou aquele perdão que não damos, as razões que não escutamos, não paramos para ouvir, não paramos para amar, não tivemos tempo pra falar, não nos despedimos, saímos batendo a porta para não mais voltar, sem saber que aquele era o nosso dia, o dia que ela viria nos buscar. Deixamos pendências na vida, deixamos dor, deixamos um vazio sem tamanho, apenas pq ela, a morte, recebeu o sim, reuniu todos num único lugar e num piscar de olho acabou tudo, acabou a chance de viver melhor, de se dedicar a outro, de amar, ser amado. Acabou o tempo, acabou a vida, acabou a esperança e restou apenas a dor dos que ficaram.
Não existe culpados, nem causas, nem técnicas, nem aparelhos que falharam, apenas a desculpa da morte.
Meus sinceros sentimentos.

Ser mãe é padecer no paraíso

Eu cresci ouvindo isso.
Hoje sou mãe e ainda procuro o paraíso, creio que essa frase não é verdadeira, porque para eu ser mãe, é ser extra, visionária, heroína sem reconhecimentos, mediadora, conciliadora, elástica e enfim, ser mãe é ser tudo.
E mãe além de ser mãe, ainda é mulher, profissional e amante. Pra mim isso é ser muita coisa, e vira e mexe bate uma vontade de soltar os “cachorros” e fazer greve. Pois é, isso mesmo: greve.
Quem é que nunca teve aquela “vontadezinha” de mandar todo mundo catar coquinho e não levantar da cama pra socorrer um filho com pesadelo no meio da noite? Que se sentiu inclinada a não passar a roupa do filho para ir a escola? Quem não quis arrumar a mesa do café, nem por a roupa na maquina pra lavar, nem ir deitar porque sabia que o maridão estaria lá todo animadão? Quem já teve vontade, às vezes, de não pentear o cabelo, nem sofrer na unha da depiladora, nem escovar o dente, nem trocar de roupa pra dormir? Que quase surtou quando vê que na agenda escolar dos filhos os recadinhos só é pra mamãe? Intensificando assim a certeza de que é você que educa, que é você que trabalha e o marido apenas te ajuda e ainda por cima ele se acha no direito de descansar nos finais de semana.
Verdade seja dita: que paraíso é esse? Porque se você está estressada e resolve dar uns berros é tachada de descontrolada, ou ouve um medíocre “que é isso, benzinho”, que faz você ter pensamentos homicidas e acaba por se recriminar achando que precisa fazer terapia.
Eu confesso que já pensei todas essas coisas e ainda penso às vezes. Eu tenho vontade de chorar quando estou sem vontade de fazer as coisas e tenho que fazê-las; tenho vontade de enxotar o Sol quando ele vem cedinho me acordar, me lembrando que tenho um “caminhão” de coisas pra fazer e que nem sempre estou animada para elas.
Tenho que sorrir me vestir, vestir os filhos, o marido, fazer o café, arrumar a mesa, conferir a mochila, verificar o que tem pro almoço, levar filho na escola e ir trabalhar; no meu caso trabalho em casa e por isso cozinho também. Quando o final do expediente vem, começa outra correria: arruma a janta, coloca roupa na maquina, checa a mochila, passa roupa... Quando vai deitar nem sabe se vale a pena, logo é dia e tem que levantar.
Essa eu sei que é a realidade de muitas mulheres, e sei que também reclamar aqui e acolá não resolve. Eu ainda conto com marido que ajuda, mas mesmo assim a maioria das coisas fica pra eu fazer, porque ele sempre tem algo pra fazer como, por exemplo: brincar com os filhos. Às vezes peço para que faça alguma coisa pra mim e ele me responde com a cara mais lambida possível: “Poxa, mas eu prometi brincar com o fulaninho”. Diante disso deixo pra lá, mas a verdade é que nunca me sobra tempo pra brincar com os meus filhos. Se me rebelo e vou brincar, acaba acumulando coisas e me sobrecarrego e estresso mais e acaba não compensando.
Daí depois de tudo isso que disse me vem uma frase que minha mãe sempre falava quando eu, menina, reclamava que não queria fazer as coisas (naquele tempo era ócio mesmo) ela dizia: “quem não quer ter trabalho que nasça morto”.
É isso é certo. Sei que seria ingrata se não visse as coisas boas que tenho como: amor, saúde, paz, trabalho e sustento, mas é que as vezes cansa, porque afinal ninguém é de ferro.

UM OLHAR SOBRE A SITUAÇÃO.

Não preciso ser uma culta, formada e pós-graduada nisso e naquilo, para saber em qual situação o nosso país se encontra.A situação é de caos profundo.
Caos econômico, social, judicial. Leis ineptas, inadequadas, obsoletas. Enfim, entra e sai plano econômico e tudo fica na mesma.
Os rumores de canseira já têm se ouvido. Uma canseira que toma conta do país: pesada e estagnada. Um baita desânimo assola o povo sem fôlego diante de tanta desorganização, a não ser algumas pessoas aqui e ali que ainda permanecem otimista pelo “simples” fato de que quanto maior a crise, maior o seu lucro. Estou sim, falando dos agiotas.
Porém, essa raça não tem “culpa” de serem calhordas, eles são uma criação do governo que está paralisado diante desta crise. Criou-os deixando a economia claudicar até certo ponto que acabou por torná-la deficiente levando-nos à beira de uma hecatombe sócio-econômica e cultural
E se já não bastasse tudo isso ainda vem me falar de fome zero. Como apelar para “quem come” se todos tem fome?
Como acabar com a fome se a cada dia que passa mais e mais pessoas perdem seus empregos devido aos impostos e juros altíssimo que o nosso querido governo, diga-se de passagem, condecoradíssimo, cobra e não incentiva os empresários para que eles ao menos possam manter os empregados trabalhando.
O descaso é tanto para com nós, cidadãos mortais, que em tempo de fome a prefeitura da grande metrópole, nosso amado São Paulo, ainda se acha no direito de aumentar impostos e criar taxas absurdas porque eles estão sem dinheiro. Eles. E nós?
Além do mais estipulou que as parcelas de alguns impostos não podem ser menores do que cinqüenta reais, isto para os empresários, e nem vou mencionar a taxa do lixo porque senão vou enfartar.
Quanta hipocrisia, quanta inescrupulosidade dessas pessoas que por sinal já são favorecidas e querem se favorecer ainda mais em tempo de crise econômica sem sofrerem ao menos de crise de consciência.
A indignação é tanta que ultrapassa o limite do raciocínio. Perdoem-me se misturei alguma coisa. Ah, já ia me esquecendo...
O nosso honorável presidente recebeu condecorações, prêmios e blábláblá, por ter imaginado a melhor solução para extermínio da fome no país. Ah é?
Pois bem, quem o premiou, nem de longe já se sentou à mesa de um cidadão brasileiro como comum e viu de perto o quão escasso está ficando o que se põe nela, pois são bem poucos os que podem pagar o que se pede nos mercados, tamanho é o descontrole sobre o preços de víveres básicos. Acredito que premiação seria a última coisa que eu, que nós brasileiros daríamos ao nosso presidente.
Aqui, na nossa terra, comida está virando ouro e emprego um sonho irrealizável enquanto não muito longe há certas pessoas tendo idéias e fazendo coisas que nem em mil anos daria certo. A única explicação é que talvez tenha sonhado tanto para lá estar que ainda pensa que está sonhando e pode realizar coisas impossíveis apelando para o faz de conta.
Porque o que está acontecendo por aqui, meus amigos, é irrealidade pura.
Ass: Cidadã Brasileira

Vida Notável

De repente a gente podia ser um inseto, uma abelha talvez. Ela é tão pequena, inteligente, veste o mesmo modelito ano após ano e sempre está linda e na moda, além disso faz o doce mais doce e saboroso do mundo o qual ninguém pode imitar até hoje. É uma coisa pequena que faz algo infinitamente grande. Daí tem o caso e o fato de que ela vive uma semana. Bem, é pouco, mas já parou pra pensar que tem quem viva 100 anos e não faz nada de extraordinário? Acredito que tem muitos por aí que trocaria sua vasta vida pelos míseros cinco ou sete dias, que seja, da abelha só pelo prazer de fazer algo realmente notável. Nesta vida atarefada denominada moderna e facilitada (não sei onde), vive-se tentando viver superando, vencendo, tendo; nunca o estando, o sendo. Somos robôs tentando ser humano, esquecendo do que realmente é importante para fazer a vida valer a pena. A abelha trabalha sim, e muito, mas o seu estar é cheio do colorido das flores, elas tem o poder de ir ao fundo destas e pegar o seu bem precioso, a sua excência, o seu néctar. Não há desperdício, elas pegam exatamente aquilo de que necessitam, porque poderão voltar outra hora, terão tempo para isso. Tal coisa não acontece conosco, pelo contrário, abarrotamos nossos armário de alimentos, porque ocupados como somos, sabemos que não teremos tempo de voltar para comprar, e assim depois jogamos no lixo porque o tempo passou e nós nem vimos ele ser implacável com as coisas que guardamos. Lamentável! Então, cada vez mais se produz mais para comprarmos mais e mais jogarmos fora acumulando mais lixo e sobrecarregando os aterros e intoxicando cada vez mais o solo. Olha só onde tudo isso nos leva. Mas se fossemos como as abelha isso não aconteceria, porque além de que teríamos tempo para voltar a buscar, a nossa cabeça seria boa, já que viveríamos embebidos em aconchego, em cores e flores, apreciaríamos o sol (haveria tempo pra isso), beberíamos da água da chuva e de quebra, seríamos nós que fariamos o nosso alimento, o nosso mel, a nossa liga, e nossos filhos não sofreriam depressão, não teria como babá a televisão e não se envolveria com drogas e más companhias já que o nosso mel, o nosso doce, manteria o laço da família, uniria os corações e a nossa casa seria o melhor lugar do mundo onde ninguém seria carente de afeto e amor. Seríamos telespectadores do pôr-do-sol todos os dias, impregnando nossas almas do bem estar que vem da nautreza e nosso nariz não seria ofendido com fumaça, nem nosso humor com o trânsito porque estaríamos além disso e com nossas asas voaríamos em direção do céu. Poderíamos ser como as abelhas, nossas asas, metaforicamente, são os nossos corações, ele pode voar, tocar tudo que lhe é importante e faz bem, com amor, carinho e dedicação. E quando terminássemos nossa jornada neste mundo, seja 100 anos ou 5 dias, poderíamos repousar em paz e tranquilidade sabendo que fizemos o melhor e que os valores foram plantados e que a vida sendo do tamanho que for, pode ser notável. Bjs.