domingo, 26 de dezembro de 2010

O palco da vida

Vivemos neste mundo feito marionetes, comandados por linhas gigantes que permitimos serem atadas em nós ora frouxas demais, ora esticadas demais, atrelados a algo ou a quem a tal ponto que nos sentimos confortáveis com o palco e a platéia onde somos manejados mediante a vontade dos espectadores.
Representamos esse papel de bonecos sem fala, sem vontade própria porque dá trabalho ter vontade, lutar, ser real, é muito mais cômodo viver na inércia, vestir a máscara da indiferença, perdermos a voz.
No guarda roupa da nossa vida nos deparamos com uma infinidade de máscaras e fantasias muitas animadas, outras exageradas, retratando ali a nossa hipocrisia, os muitos papéis que representamos vida afora.
É comum vivermos paralisados, reclamarmos de tudo, do texto, do roteiro, das cenas mas, continuamos a vestir as mascaras, a subir no palco, a ser personagem sem definição porque o real nos assombra. Escondemos o nosso desagrado, nossa decepção por detrás de máscaras medíocres de sorrisos falsos, uma cara pintada sem luz, uma expressão que nada expressa embora o nosso feio esteja lá atrás de lágrimas maquiadas em nossos rostos de sombras.
Quem somos afinal de contas? O que existe de real em nós quando as cortinas do palco da vida se fecham? Até quando usaremos essas máscaras para impedir que o que realmente somos se manisfete?
Deixaremos que nos humilhe para sempre no trabalho em prol do sistema que apregoa que devemos ser suaves? Seremos para sempre dilapidados em nossos direitos para que possamos viver sem lutas?Prejudicaremos o nosso colega de trabalho porque onde estamos a concorrência faz parte do negócio e ativa o nosso cordão da indiferença, afinal, quem pode mais chora menos? Sentaremos numa roda de amigos e contaremos vantagens batendo no peito dizendo ao mundo a mentiras veladas sobre como você é ? Ficaremos para sempre olhando o que o outro tem, sonhando em ter, sem lutar para conseguir e odiando os que tem? Seremos para sempre insatisfeitos com a cor dos nossos olhos, a formação dos nossos dentes, a textura do nosso cabelo, o peso do nosso corpo porque sempre ficaremos atrás dessa definição irreal de beleza que denigre o natural?
No que estamos nos transformando?
Somos sabotadores da nossa vida e jamais seremos donos da nossa história se deixarmos que nos comande, que a mídia nos influa, os livros ditem  nosso comportamento, a opinião pública seja mais importante, pertencer a um grupo seja a nossa meta e se esquecermos de nós.
O triste é que quando esse show acabar, as cortinas se fecharem para sempre, seremos apenas bonecos, de cara desbotada, roupas esfarrapadas, cobertos de poeira e traça, sem eira nem beira, nem legado porque vivemos a vida permitindo que outro escrevesse nossa história e finalmente sem corda, sem papel, sem roteiro ficaremos para sempre esquecidos na prateleira do tempo

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Olá, amigos

Ando sumida, eu sei, acontece que tive de tudo por esses dias. Marido doente, cirurgia fora de hora, filho doente e trabalho, mas muito trabalho mesmo.
Não abandonei vocês, mas estou com a vida corrida demais.
Estou com uma porção de textos para postar aqui, mas além da falta de tempo, a internet não anda colaborando lá em casa.
Agora mesmo, para escrever estas poucas linhas, estou roubando momentos da minha mesa abarrotada de papéis que clamam pela minha atenção.
Estou por aqui, não sumi, até logo.
Bjks.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A única certeza que temos

A vida é finita e disso sabemos, o que não sabemos, nem sequer imaginamos, é de como será esse ponto final.
Será que num dia de chuva? Será que num dia lindo com céu de primavera? Em casa sozinho? Na cama de um hospital? Na ponta de um bisturi? No caminho para a casa? No estalar de um gatilho? Num avião ou navio? Atravessando uma rua? Longe ou perto de casa? Dentro do nosso carro? Se feliz ou triste? Preocupado ou raivoso? Doente ou são? Enfim, é uma pergunta que nunca se cala mas que sua resposta está a mercê do acaso.
E como seria morrer? Será que se sabe que morreu ou leva tempo para se acostumar? Fica-se por aqui ou tem algum lugar especial para as almas? Será que existe vida pós morte, ou se morre e pronto, tudo se finda? Os religiosos estão certos sobre a vida e a morte? Ninguém volta para dizer como é.
O que realmente se sabe é que quando esse dia chegar muitas coisas ficarão aqui, muitas tarefas inacabadas, palavras não ditas, amores não vividos, contas por pagar, a toalha sobre a cama, o chinelo no canto do quarto, as roupas dentro do armário, os planos para o amanhã, o rastro do perfume, o eco da voz, as fotografias e uma reputação, tudo fica quando o fôlego cessa.
Se amou e foi amado a dor da ausência nunca se aplaca; se foi bom  e ensinou isso seu legado continuará por aqui; se foi o contrário, sua partida será um alívio e sua lembrança logo esquecida.
Morrer é a única certeza que se tem em vida. Quando se nasce já começa a jornada para a morte, se ela virá inesperada ou com dor não se sabe, mas ela virá, e, quando isso acontecer faça votos para que te encontre com a vida pronta , com o coração leve, com as pendengas resolvidas, os perdões concedidos, porque quando ela vir não vai lher sobrar tempo para nada.
Sua passagem por aqui começa então a ser apagada, a ser esquecida, é natural, a vida continua para os que ficaram. Eles vão chorar e lamentar  um pouco mas vão se acostumar com sua ausência e logo serás apenas uma lembrança, uma imagem desbotada com o decorrer dos anos.
Agora é você, com suas atitudes e crenças,  que determina hoje qual lembrança, qual imagem deixará quando sua luz se apagar.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sapatos. Que delícia!

Não ficou comprovado cientificamente, muito menos foi analisado a sério mas, a verdade é que mulher ama comprar sapatos.
Para começar ele tem que ser lindo, que combine com tudo, mas também pode ser que combine apenas com aquela blusa cor berrante esquecida no armário, prova viva de compra por impulso, destino inevitável, mas não importa porque o mais importante em questão é comprar sapatos.
Compra por impulso aliás é coisa de mulher. Talvez a culpa seja dos lojistas que expõe coisas lindas e maravilhosas em vitrines charmosas que ficam chamando e convidando qualquer um que passar por ali. Até se pensa, claro, afinal ninguém é tão consumista assim, que talvez a sapateira não comporte mais, que não está sendo tão necessario assim, mas então se lembra daquela bolsa de cor indefinida que combina perfeitamente com aquele par de cor também indefinida. Pronto, o cartão de crédito coloca fim na dúvida.
Há mulheres que resistem a tais apelos, mas a maioria sucumbe e quando vê, sai da loja carregada de sacolas, pensando em como irá explicar ao marido, companheiro, tal necessidade vital.
Ah, como é bom olhar uma sapateira abarrotada de sapatos, um arco íris de cores, uma variedade infinita de modelos, porque toda mulher decente tem que possuir pelo menos dois pares para cada ocasião porque imprevistos acontece. vai que um salto quebre. Tem que existir os de saltos altos, os de saltos não tão altos, os baixos e confortáveis, os plataformas, os de verão, os de inverno, os de meia estação, e assim vai, opção e variedade são muitas, o que não muda são os pés que os calçam.
Toda ocasião é sempre um bom motivo para um novo par.Haverá uma festa de ultima hora com o pessoal do trabalho? Lá se vai horas preciosas em busca do sapato ideal no mundo da sapateira para logo então perceber que "precisa" de um par novo porque não há nenhum ali que combine com a aquela encharpe que a chefe te deu  e que em prol da  imagem e carreira, fará questão de usá-la mesmo detestando aquela cor alaranjada. A desculpa já está dada, e com certeza,  é  mais um par que ficará esquecido entre tantos,a compra é feita sem culpa,  em paz com a consciência, agora se tem um motivo.
A pergunta que se faz nunca é se terá pés suficientes para calçar os quinhentos pares de sapatos estocado, ou, se um dia irá a tantos lugares assim para poder usá-los, mas sem questionar o gosto feminino por sapatos, o fato é que uma mulher prevenida vale por duas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Às sete mulheres que considero especiais....


Por que exatamente sete? Porque esse numero é continuativo, é o numero que rege os astros e a vida., é claro que vocês podem escolher outro número. Tenho uma amiga que sugestionou a colocar no mural, mas confesso que não sei como fazer isso. rsrsrs. Quem souber e puder me apresente o mural, por favor, se é no blog, se é no orkut, ou no facebook ou enfim, não sei como fazer, embora saiba o que signifique mural.
Bem, depois de explicar a minha ignorância voltemos as nossas homenageadas. Elas representam, representaram alguma coisa na minha vida ou simplesmente são queridas. Lembrando que é impossível colocar aqui todas, porque nós, mulheres, somos muito especiais.
São elas:
  • minha mãe: seu nome é Cenira, se sou o que sou hoje devo tudo a ela. Eu te amo, mãe.
  • minha amiga Daniela: amiga amada do coração; crescemos juntas, estudamos juntas, conhecemos o marido dela juntas, engravidamos sem saber juntas, e nossos filhos nasceram com 2 dias de diferença e embora hoje ela more na baixada santista e eu em Sampa estamos sempre em contato, via tecnologia ou pensamentos.
  • minha amiga Elayne Guarido: gosto muito dela. Ela é diretora da escola onde meus filhos estudam e antes já era amiga da família , sempre otimista, sempre presente, sempre amiga, acredito que isso a define, sei que posso contar com ela sempre. Te amo, amiga.
  • Lya Luft: amo os textos e livros dela, para mim é referencia de inteligencia com toque feminino, diria que ela sabe a que veio, mesmo quando sua lingua afiada corta como navalha.
  • minha amiga Drica Bitarello: ela mostrou para nós que é possível tornar sonhos em realidade neste Brasil tão internacionalizado (ainda bem que isso está mudando) que valoriza mais o que é de fora e esquece nós daqui de dentro, tão cheios de coisas para dizer, historias para contar, sonhando com alguem que queira nos ouvir. No entanto, a Drica, passou por cima disso, e foi a luta burocrática e está aí, uma referência para nós aspirantes a escritora. Parabéns, Drica, sua atitude é para mim um exemplo. Obrigada por ser minha amiga.
  • minha professora de costura Antonia: eu a admiro muito, ensinar é dom e paixão e isto ela tem, sem dizer que paciência de sobra também. kkkk. Seu humor  intacto faz com que desejamos comparecer as aulas sempre, o engraçado é que ela não sabe o porque que suas alunas mesmo depois de já saberem costurar ainda continuam pagando e frequentando as aulas. Parabéns, querida.
  • a pediatra do meu filho Dra. Márcia Zuanella: que grande pessoa ela é, nunca foi apenas a pediatra dos meus filhos, mas também a psicologa, o porto seguro quando eu estava tendo os chiliques com as febres sem causa, as doenças inexplicáveis que sempre aparecem em momentos impróprios. Obrigada, por compartilhar o seu celular e ter a paciência de por paz neste coração amante e aflito de mãe. Ela tem me valido quando estou longe de casa e de meus pimpolhos sua atenção foi a diferença para essa alma aflita. Você é ótima.
São essas as que hoje quero homenagear especialmente, as demais, amigas e mulheres do mundo, estão inclusas neste meu abraço e parabéns pelo simples fato de serem guerreiras.
A nós.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Fé

Uma palavra tão pequena e de signifiado tão amplo. É tão vasta e plena que é passível de engano e confusão.
Os religiosos apregoam a fé como meio de atingir a vida infinita após a morte e afirmam que sem ela é impossível agradar a Deus, ou então, que sem as obras ela é morta. Enfim, o que realmente é Fé?
Para mim, Fé é acreditar sem ver, é crer naquilo que é certo para você e isso é algo que varia de pessoa para pessoa, e depende muito de como essa pessoa foi educada. Se cresceu num lar positivo  e otimista ela terá Fé sempre, se foi num lar negativo e pessimista, ela terá dificuldade em ter Fé, terá que aprender isso.
Quando a bíblia diz que "a fé sem obras é morta" quer dizer que sem uma atitude é impossível a Fé existir, o primeiro passo sempre será seu e por acreditar, por não ter preguiça, por insistir acreditando em algo ou naquilo que tudo vai correr de encontro ao que se deseja. Fé é cre no invisível, é apostar no talvez, é ficar inabalável em sua decisão mesmo que o mundo todo diga que não é possível, é crer que sempre há uma chance, uma possibilidade, é não ter medo de arriscar, de se decepcionar, é tornar o momento propício para acontecimentos, é ter paciência de esperar e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para aquilo que deseja, aquele momento vir até você.
Ainda na bíblia tem um trecho que diz " se tiveres fé dirá para o monte mova-se para lá e ele irá", isso porque lá se refere a fé do tamanho de um grão de mostarda, o que significa que não precisa ser todo cem por cento otimista, basta acreditar o mínimo que seja para que se concretize.O monte significa nossos problemas, o nosso pessimismo ao passar momentos adversos da vida, a nossa descrença diante de tudo, como dizer que tenho Fé se não acredito de que sou capaz?
Tudo é questão de atitude, requer positivismo, paciência, perseverança, coragem e educação. Isso é ter Fé.
Você acredita em você?

Bjks. Se.

Fama! Pra que tudo isso!

Fico pasmada ao ver certas coisas que as pessoas fazem em prol da fama, glaumor, sucesso e etc, nisso, infelizmente, as mulheres superam.
Apesar de tudo quanto nossas antepassadas passaram, ainda somos vendidas e o pior de tudo com conivência da mercadoria em questão.
Elas se vendem por sucesso rápido, por destaque, por dinheiro, não há regras e jogadores de futebol não são excessão no radar delas. Elas se lançam com tanta sede nesta busca, se envolvem e as vezes não dão sorte acabando mortas, estupradas, abandonadas e sozinhas.
Muitas fazem pior, leiloam um filho visando uma vida de segurança financeira, geram um vida para gerarem um poupança vitalícia. A que preço?Será que acham que passarão incólume diante disso? Que não receberá "pagamento"por esse ato de desrrespeito com a vida? É lamentável.
Penso que as pioneiras que lutaram por nossos direitos, pela nossa moral e integridade, se revolvem em seus túmulos ao ver essa moçada vender produtos nuas, tirar a roupa sem pensar duas vezes, ser exibidas pelos machos afortunados como medalha de conquista e serem trocadas por ele por outra conquista em evidencia no momento, e a chorarem rios por esse abandono. O que é isso?
Tudo aquilo que as guerreiras almejou ao darem suas vidas por nós, está sendo banalizado, desvalorizado, se perdeu diante da realidade das mulheres de hoje que emprestam seu corpo desnudo para vender carros, cervejas, cigarros, motos, recepcionar executivos, entreter políticos. Do que adianta ter o direito de votar, trabalhar, não engravidar se ainda se é moeda de troca? É mercadoria a ser vendida? E se permitir isso?
Fico indignada com todas as samanbaias, melancias e outros itens de feira as quais se intitulam por terem certos atributos e ganham a vida explorando o sensual ao ponto de que durante o dia, nós mães, que tem o minimo de decoro e consciência, não podemos permitir que o nosso filho assista TV para que não comprometa a educação que tentamos passar para ele, educação essa que o ensina a valorizar as mulheres, para que eles não sejam machistas, aproveitadores ou "pegadores" como se diz por aí, mas que infelizmente tudo cai por terra quando nossos filhos visualizam mulheres serem oferecidas como objetos de recompensa, personagem de piadinhas sem graça, se trocando por algo que se esvanece com o vigor do corpo delas. Como faze-lo entender o que realmente significa ser mulher?
Quando os anos passarem e o corpo voluptoso for  uma mera lembrança elas vão querer voltar no tempo e fazer diferente porque agora estarão só, elas e a velhice, esquecidas, descartadas apenas com suas lágrimas. Serão uma página virada, só que esta página, meus amigos, estará em branco porque nada do que viveu foi digno de ser escrito.

Bjks. Se.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Multitarefas!

É engraçado como a vida de repente toca o sino e você se pega a pensar no caminho que percorreu até agora. Quantos planos, quantos sonhos, choros, amarguras, alegrias e lágrimas. Quantas escolhas boas e malfadadas, tantas que trouxeram sorrisos e tantas que trouxeram pesares, enfim, viver é isso.
Hoje me peguei assim, nostálgica, reflexiva um que de nostalgia derramando um olhar sobre minha existência de 35 anos, tocando lá no fundo do peito.
É, eu já fiz de tudo um pouco nesta minha vida e sei que farei outro tanto, é claro que dentro das normas da possibilidade, não deixando escapar a oportunidade. Sei que continuarei a escolher, a ansiar, a sofrer, a ri, a chorar, mas isso é o que vale, isso é o conteúdo, é o que nos faz crescer bem.
Tive um infância que para mim foi perfeita. Roupas, mesa farta e calçados eram escassos, mas tinha imaginação de sobra, talvez porque eu e meu irmão fomos criados sem televisão , nosso entretenimento era ler ou ouvir meus pais contar histórias à mesa do jantar, ora suas, ora de outros, ou simplesmente o dia a dia. Ri muito com as aventuras de Pedro Malazarte que meu pai contava com detalhes e sons a qual eu e meu irmão ouvia com um brilho entusisasta no olhar. Tinha dias que se juntava a nós um amigo da família, o Sr. Valério, e entao estava a parte de terror estava garantida, ele contava lobisomen, vampiro, mula sem cabeça, ficavamos estarrecidos e ir para o quarto dormir era outra historia, a imaginação corria solta. Lembro de uma vez que meu irmão passou mal ao término de uma destas histórias "arrepiantes", o medo foi tanto que ele de tanto contrair o corpo acabou tendo uma crise de tensão que só melhorou com as massagens de minha mãe. Depois desse episódio o Sr. Valério, suavizou as histórias aterrorizantes mas não deixou de contá-las e meu irmão não deixou de ouví-las.
Essa época ficou como boa lembrança e hoje passo estas mesmas histórias aos meus filhos mas sei que não surtem o mesmo feito porque histórias contadas já não são atrativo em dias de televisão e computador.
Comecei a trabalhar cedo, com 12 anos já trabalhava numa plantação de nabos, rabanetes e cenouras, usando botas de borracha com lama até os joelhos, era epoca de frio e se formava cristal de gelo sobre as folhas, os dedos dos pés dentro da bota adormeciam de tão gelados, só quando chegava em casa é que descongelava daí formigavam e doíam ao mesmo tempo. Quanto eu ganhava? Não me lembro, mas devia ser quase nada.
Quando eu tinha 14 anos meu irmão faleceu (ele tinha 15 anos) fiquei tão baratinada que abandonei os estudos e fui trabalhar num supermercado da cidade, o serviço incluia limpar câmara de resfriamento de frios e laticinios, eu vivia constantemente gripada. Aos 15 anos passei a trabalhar numa fabrica de placa mãe de computador, me destaquei e em pouco tempo era supervisora de linha de montagem, mas então a fabrica fechou e lá fui eu procurar emprego novamente.
Logo trabalhava na fábrica de fosforos Argos e Guarani (creio que todos conhecem), fazia um horário terrível, das 9 as 21h, todo esse tempo em pé, quando findava o expediente meus pés se recusava a se moverem de tão inchados que estavam, e ainda tinha que subir uma rua muito íngrime para poder pegar o ônibus de volta para casa. Chegava por volta das 23 horas, tomava banho, jantava e ia dormir para no outro dia sair as 6 horas porque as 7 cursava datilografia, foi assim durante 2 anos.
Quando completei 18 anos resolvi voltar estudar e entrei na tesouraria da faculdade local, logo cuidava de todos os caixas, tinha motorista e atendimento especial em todos os bancos da cidade, de lá entrei numa multinacional no controle de qualidade na qual fui dispensada depois de 1 ano, em seguida já entrava no hospital geral da cidade e lá fiquei por 7 anos, neste período estudei turismo.
Então conheci o homem que hoje é meu marido e 9 meses depois me casei, tenho 2 filhos lindos (3 e 8 anos), trabaho há 10 anos na área de comunicação, devido a isso sou formada em marketing, publicidade e propaganda e continuo aqui.
Tem momentos que bate uma vontade de mudar o rumo e ramo e  dar um giro de 360º na vida, porque cansa não ter horario pra nada nem tempo para muitas coisas, mas temo, com o tempo a gente desacelera, perde um pouco da ousadia e impulsividade, os pés fincam mais no chão e você pensa muito antes de tocar qualquer mudança, a comodidade dos filhos, marido acabam tendo um peso enorme sobre você, sobre sua vida.
Hoje me considero uma vencedora, creio que dei a volta por cima na realização pessoal e profissional, faço o que gosto, embora sempre haverá os altos e baixos, mas cresci muito, fui obrigada a crescer se quis sobreviver neste mundo louco.
Sei de tudo um pouco: conserto computadores, configuro rede, faço edição de imagens, páginas de web, fotografo, faço video, parafuso, prego, serro, limpo, cozinho, bordo, costuro, lavo, passo, produzo, tenho um blog, pinto, faço crochê, tricô, academia, escrevo, leio, compro na internet, dirijo, corto, entrego, atendo, pago, recebo, etc.
Como vê, sou mil e uma utilidades (como muitas por aí) meu dia começa cedo e não tem hora para acabar, não parei e não pretendo parar, depois da pós em TI quem sabe eu preste um concurso.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Emagrecer...

Quem inventou dieta devia estar muito de mal com a vida ou sempre foi magro nessa vida, destituído de apetite e que odeia comer, porque só sabe o que é sofrimento de dieta quem está em constante briga com a balança.
Está assumido: odeio imposições. Não funciona comigo. É colocar limitações nisso ou naquilo que meu cérebro se torna um rebelde inveterado. Ele se recusa a obedecer e pronto. Dietas que estipulam pratinho disso ou pratinho daquilo é boicote na certa, porque baixa o "espírito" da gula em mim por tudo o que é proibido e se não como, começo a salivar e fico esbugalhada de vontade daquilo. Porque gordo (ou como se diz "acima do peso") pensa gordo e isto é fato. A verdade é que se é gordo , exceção para raros problemas de saúde, é porque se come, está aí o que diz: você é o que você come.
Nunca fui adepta as coisas naturebas. A nutricionista me disse uma vez que quando eu sentisse fome que comesse uma maça, juro que tentei mas foi como adstrigente e acabou por provocar uma cratera no meu estômago. Não tem jeito, para mim tudo tem que ter recheio e cobertura.
Já fiz dieta de viver feito largata, comendo verde, pensando verde, vivia a beira de falência de órgãos tamanha era minha fome e fraqueza, o corpo pedindo urgente uma dose de açucar e os quilos lá: irredutíveis. E depois vieram outras dietas, a da lua, da cor, do líquido, uma sucessão delas sem causas e efeitos a não ser o excesso de fome me deixando a beira da inconsciência.
Aloprei, deixei para lá, mas não entrar na roupa preferida é uma coisa insuperável, então, fechei a boca novamente e quando a fome apertava apelava para as barras de cereal, mas quem se sustenta com aquilo, me avisa porque para mim não aplaca fome, nem a ânsia por doce. É uma coisa sem gosto e não preenche.
Também há a opção da academia só que odeio academia, ficar lá suando as bandas, cansando o esqueleto antes de começar o dia longo e trabalhoso não é comigo e assumo isso, no entanto, vou assim mesmo obrigada e arrastada, assim a balança marca algumas graminhas a menos.
Mas então, num belo dia, encontrei aquela dieta que é minha cara e não oferece grandes sacrifícios, não é vendida, nem formulada, nem creio que foi publicada, mas essa nova nutricionista relatou tudinho o meu vai e vem com essas dietas milagrosas e disse-me o que não funciona nelas.
Hoje, nós mulheres, trabalhamos muito, chegamos em casa e trabalhamos muito, antes de sair de casa trabalhamos muito, então não sobra tempo para ficar fazendo esse tipo de dieta de ricotinha e filezinho, nhéinho, porque não temos o principal: tempo. Sempre que saímos de casa ainda continuamos nos arrumamos a cada semaforo quem dirá ainda preparar marmitinha de dieta. Bem, então o que ela me propôs foi o "arroz, feijão e dieta."
O que é isso? São as coisas basicas do dia a dia que nós encontramos até na lanchonete do seu João e que pooode se comer. Brasileiro não é fã de legumes elaborados, onde quer que você vá o buffet de salada só tem alface e tomate, então nesta dieta é facilimo montar um cardápio e claro não exagerar na quantidade.
Funcionou. Com ela me sinto melhor, sem estresse de ficar preparando uma comida para família e outra para mim, porque a única coisa que tenho que controlar é a obrigação de dividir os prazeres ao meio, até chocolate, bolacha recheada, pizza e cerveja estão na dieta.
Até agora foi fácil, prático e como todo mundo come comigo não fico me sentindo a ultima pessoa do mundo, porque estar de dieta numa casa de magros é o fim da picada mesmo.
Perdi alguns quilos, ainda falta um tanto assim para eu parecer a Gisele B e entrar nas roupas da C&A mas estou animada
Ser magro não é só por estetica não, é por saúde e economia também, tanto em farmácia quanto em roupas, mas temos que por a cabeça para malhar também, porque ficar magra e continuar pensando gordo você nunca conseguirá se manter magra e não há dieta que resista.
Infelizmente moda é para as magras, minha amigas!
Bjks.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Eu ganhei esse selinho.


Ganhei este selinho do blog Catalivros. Obrigada, miga Drica, fiquei muito feliz!
Vou repassar para os blogs do coração: mulheres romanticas,
broqui da doida romantica, ela fala e sai andando, maratona de banca, nossos autores,
canto de meninas e lendo nas entrelinhas.
Um grande beijo.



Desafio Nacional. Eu faço parte!

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Gente, participe! Temos que valorizar nossas raízes.
Bjks.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Padecimento de ser mãe

Sempre digo que filhos é um padecimento que toda mulher deve ter, porque tê-los é um sufoco misto glória, não tê-los é quase como vida incompleta. Já pensou? Quem pode deve tê-los.


A mulher que não é mãe fica com auto-estima baixa, cria manias absurdas, passa a chamar bicho de filho (me desculpe, mas pra mim gente é gente e bicho é bicho e que se respeite isso), cria até mesmo certas neuroses de limpeza, fica doente, briga com o marido, é mal humorada e se sente o último ser da Terra.

A mulher que é mãe a auto estima fica na mesma, é cheia de manias e neuroses com o filhote, esquece que tem bicho em casa, fica doente de estresse, briga do mesmo jeito com o marido e a última pessoa que ela se lembra nesta Terra é dela mesmo.

Nada como viver em meio a fraldas e mamadeiras, ouvir a melodia chorosa de toda a noite, ora é dor de barriga, ora é dor de ouvido, ora é resmungo do marido.

O dia passa e a mamãe nem se dá conta. Fica irritada com tudo e com todos principalmente se acerta o dedinho do pé na motoca do pimpolho estacionada no meio da sala, daí nem vamos transcrever o vocabulário descontente no momento, no entanto, basta o rebento fazer qualquer gracinha que ela se desmancha feito manteiga, totalmente esquecida que seu cabelo não viu pente o dia todo e sua blusa tem uma mancha meio suspeita. Neste momento ela se sente abençoada por ter tido o poder e o prazer de produzir aquele ser tão pequeno mensageiro de tão grandes mudanças.

Quanta contradição é ser mãe, se antes você não sabia o que era preocupação agora você nunca mais saberá o que é paz; a partir do momento que se descobre grávida lá se vai os seus dias de tranquilidade. Viver agora é temer.

Você tem medo durante a gravidez do tipo: será que o bebê vai ser saudável, perfeito, completo? Daí vem o parto. Cesárea ou normal? Ai que medo! Mas o fato é que se entrou tem que sair de uma maneira ou outra e se sofre porque são tantos pós e contra em cada parto que se tem vontade de dizer: não quero nenhum! Cheegaa! O fato é que você não tem escolha, é a lei da natureza.

E então ele chega. O seu filhote! Ah, como é bom ver o seu rostinho ali mesmo na mesa de parto, rostinho cheio de massa e sangue, piscando e chorando, te olhando pela primeira vez e tão certo de que você será a pessoa mais importante da vida dele por um bom tempo. Garanto: não existe emoção maior e amor maior também.

Depois disso é aquela loucura: primeiro banho, a primeira noite, a primeira de muitas noites sem dormir, a primeira de muitas outras dores de barriga, no entanto, sempre tem a compensação que vem por meio do primeiro sorriso, a primeira gracinha, a primeira fala (nisto eles não fazem justiça porque sempre falam “papai” primeiro). Como é gostoso ver que eles te reconhecem simplesmente através do seu cheiro e que te amam incondicionalmente esteja você gorda, descabelada, sem banho, com as unhas por fazer, para eles você será sempre a deusa, a rainha, o centro do seu mundo, a pessoa mais valiosa e, depois disso vem o pai. Rsrsrsrsrsrs

Os momentos de desespero também são presentes quando vem as febres sem causa, os afogamentos, a catapora, os muitos machucados, a coleção de tombos, as vacinas benditas e por aí vai...

Você agora já não pode mais viver sem eles, se sai sem eles é como se um pedaço de seu corpo ficasse para trás e quando sai com eles você volta a ser criança vendo o mundo através dos olhos deles.

Sua estante agora está despojadas dos enfeites, os que ainda resistem estão avariados vítimas de incursões curiosas. Os DVDS de luta e ação cederam espaço para todos os desenhos existentes neste mundo e o aparelho de som há muito não toca rock ou MPB.

Namorar é um verbo que você e seu marido já não conjuga mais com freqüência e as noites tórridas de amor parecem fazer parte de uma outra vida.

É, eles chegam e alteram tudo porque essa primeira jornada é especial para se formar algo tão especial e importante que é a formação de um ser humano, por isso, ocupa tanto espaço e não é trabalho para preguiçoso.

Um dia, porém, é certo que tudo isso vai passar, a casa agora estará silenciosa, não haverá choros na calada da noite, nem brinquedos esparramados pela casa e você já não será tão importante assim. Não haverá mais chiliques à mesa, nem broncas a cada volta de passeio porque o seu filhote já cresceu, ficou forte, bateu asas e voou para seguir seu destino.

Então, neste dia, nesta hora, você vai querer voltar atrás e poder bater o dedinho na motoca vezes sem conta só para novamente, nem que por um instante que seja, poder sentir todo o padecimento de ser mãe.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Magoar! As pessoas dizem isso constantemente, mas o que é mágoa?
No dicionário diz: ferir alguém profundamente, melindrar, ofender, contristar. São muitos os significados dependendo do credo ou cultura, mas o significado real depende do grau de tolerância de cada um, de como foi educado a lidar com as agruras da vida.
Nem sempre o que magoa uma pessoa é motivo de mágoa para outra se esta vivenciasse a mesma situação.  É comum você topar com pessoas que estão há anos magoadas com outras e quando você fica sabendo a causa de tanta mágoa  acha que é banal. Para você pode ser banal mas para o que recebeu a ofensa é o fim do mundo, razão para ficar sem olhar na cara pelo resto da vida.
A mágoa também te pega desprevenido, naquele momento em que o seu eu está fragilizado e mesmo sabendo que tudo poderia passar despercebido você se sente magoado. E lá se vão momentos tão preciosos da vida desperdiçado em ressentimentos. É confuso, não?
Existe a chateação, aquela que não se caracteriza como mágoa, mas que te deixa ressentido por um tempo, depois passa, mas ela também pode evoluir para mágoa, rancor e ódio (essa palavra é forte).
Quando a mágoa é profunda, o simples fato de ver o magoador, ouvir sua voz ou até mesmo a mensão do nome dele, ou ainda algum objeto pertencente a ele, já é motivo de repugnância e raiva, as vezes, até vontade de ferir ou prejudicar a pessoa em questão (mas não deve e não pode).
Não se sinta um extraterrestre por isso, não fique incomodado por tais pensamentos e desejos, porque isso é prova de que você é vivo, é normal, desde que isso não vire obsessão e a vontade de ferir vire ação, daí então sua mágoa já virou problema e é melhor buscar ajuda de um profissional antes que alguém se machuque.
O que estou dizendo é que sentir-se magoado, magoar, se chatear faz parte da vida, faz parte da humanidade, é quase item obrigatório na infancia, é por meio da mágoa, da dor que crescemos fortes e saudáveis, se fosse tudo "cor de rosa" seriamos fracos e despreparados. Quando sofremos refletimos e quando refletimos sabemos quem somos.
Tem algumas delas que te marcam para sempre e mesmo que o tempo passe e você coloque uma pedra emcima, aquilo permanece com você.
A pior delas é a traição, esta é dureza superar, seja quem for: amigo, irmão, marido, dói muito e você a leva para o túmulo. Já fui duplamente traída do tipo minha melhor amiga ficou com o meu namorado e foi uma barra superar, quando se tem quinze anos, as coisas são muito maiores do que realmente o são, no entanto, aquilo ficou em mim para sempre, não dói mais, mas está aqui para me lembrar que não faria isso com ninguém, porque no mínimo o que deveria ser feito numa ocasião destas (afinal não escolhemos por quem vamos nos apaixonar) seria ser sincero e ter exposto a situação. Iria doer da mesma forma, mas não seria uma traição insuperável, afinal haveria sinceridade, mas da forma como ocorreu eu me senti, usada, descartável e desconsiderável. A pior coisa é ser testemunha ocular de uma coisa dessas da qual nem suspeitava. Fui duplamente magoada por ambos.O tempo passou e hoje eu diria que faltou maturidade, coisa que se ganha com vivência.
Há outras maneiras de ser magoada e magoar também, a pessoa ofendida em contrapartida também ofende muito aos outros, meio que compensação pelo seu infortúnio, não é regra, mas acontece.
Ser humilhada, ignorada, desprezada é muito chato também, dói muito, e se bobearmos estamos aí amargas pelo mundo afora. O mais sábio no entanto é viver a vida na flauta, se alguém fizer algo que te magoaria "assopre", ignore a ofensa, você vai ver: viverá mais feliz e não terá um enfarto prematuro.
Faz parte, impossível atravessar essa vida sem passar por esse dissabor mas o fato é esse: você vive!
bjks.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Há momentos na vida da gente que são difíceis de atravessar, que serão tranpostos, serão, mas naquele momento em que se vive parece não haver solução, nem final. Não há palavras que console ou ajuda que seja eficiente.
É como se o mundo todo estivesse em seus ombros e todos os pensamentos mais sombrio dentro de sua mente. A tendência daí é multiplicar os problemas e somar desavenças. Nada para você está bom e você só espera que vai piorar ainda mais.
Esses pensamentos, neste período, são como ervas daninhas enrraizadas em seu cérebro e por um tempo tomam conta de tudo, sufocando qualquer bom pensamento que seja.
Antes o que lhe dava prazer passa a ser odioso, o que era bom deixa um quê de amargo, até parece que o mundo todo se voltou contra você.
É como se fosse uma "pane" da sua "fábrica" de otimismo, como se o pano da descrença e pessismismo descesse sobre seus olhos e te cegasse para a vida. Seu único desejo é se esconder, é sentar num canto e de lá não sair jamais, é padecer esse momento, curtir esse pavor a contragosto, e se insistirem em forçá-la a rir, a conviver com os outros será um suplício de fim.
Nestas horas é comum vir um e outro com receitinhas práticas tiradas de algum livro de auto ajuda para que faça isso ou aquilo; coisas que você já sabe, estão ocultas em você e que na hora certa ela retornarão e irá te curar. Você sabe, você entende, mas não tem forças para emergir do poço da auto piedade em que se encontra no momento, mas não importa, o mundo não te entende.
Ninguém te dará o tempo de que precisa para que vá até seu intimo e converse consigo mesma e te convença a sair para vida; ninguém a esperará ser amiga de seu peito, ouvir seus própios lamentos, seu choro mesmo que isso faça parte do processo agora.
Ninguém se importa porque eles querem de volta a super pessoa, aquela a qual estão acostumados e se esquecem que você também quer ter um tempo só para si, onde estão vetados afazeres,  trabalhos e obrigações. Você só que ficar lá, sentada sendo amiga de si mesma.
No entanto, não te deixarão encostar, serão intolerantes diante de teu choro, esmorecimento, e por que não, fraqueza e quando você não tiver mais nada a oferecer vão te por num canto, te chamarão de louca, afinal já não te reconhecem mais e o desconhecido deve ser descartado e não entendido.
A verdade é que a coisa é bem mais simples mas eles deconhecem que o que devem fazer é esperar porque esses abalos em você vão cessar, e você renascerá bela e formosa com o coração refeito e com uma nova luz no olhar.
Abrirá suas asas, como um mariposa, e deixará de ser chorosa e desgrenhada, sem prumo e sem rumo para ser a pessoa que sempre foi só que melhorada.
As vezes é necessário descer até o fundo para que se beba da agua mais pura e ela mesma lapide essa pedra preciosa que você é. Pode se ir lá, mas deve-se voltar a tempo de contemplar a vida.
O segredo de tudo é dar tempo para si, é esperar com paciência. Vai passar. Tudo passa. Até mesmo a morte.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Homem e mulher.

O homem e a mulher. Essa dobradinha já deu muito o que falar. Como fazê-los se entenderem, eis a questão.
O homem foi educado para ser o "chefe" da casa. Os jargões são muitos "homem não chora", "por que isso? Você não é homem?", " quem manda é o homem, a mulher obedece" e por aí vai o desfile de frases machistas. No entanto, a história é bem outra.
O homem para se sentir bem ele tem que está sempre autoafirmando sua masculinidade ou poderio. Seja dentro de casa com a mãe e irmãs, dentro do seu lar com a esposa e filhos ou dentro do seu trabalho, neste porém, se for para com os homens ele se gaba das conquistas, se é com as mulheres ele disputa espaço acirrado perante o chefe, no tipo, quem pode mais chora menos. O que se vê  nisso tudo? Um ser frágil. Um ser incapaz de falar do seu eu, de expor seus sentimentos, de se chegar a um consenso de um problema sem dramas, incapaz de viver. Foi-lhe negado a capacidade de pedir ajuda, de chorar, sofrer, de se escabelar, porque quando lhe disseram que homem devia ser "forte" lhe amputaram o coração. Ouvi-lo é sinal de fraqueza.
Sendo assim, tornou sua convivência com o sexo oposto tumultuada ao extremo, porque, nós mulheres, somos seres do coração, o cérebro vem depois. Explica-se aí os conflitos seculares entre homens e mulheres.
No tempo das nossas avós os homens mostravam sua superioridade pela chibata, mulher e filhos apanhavam muito pelas suas "transgressões". Quando uma mulher se rebelava era porque o fulano não tinha pulso firme, e olha que a rebeldia dela, muitas vezes, era passar um batom. Se uma filha aparecesse grávida em casa, o mundo acabava, além de apanhar era expulsa para sempre do seio da família, a mãe ficava chorosa e sofria calada porque quem decidia era o homem.
Trabalhar fora era o fim da picada. Mulher que trabalha fora chifra marido, começa a ter pensamentos, claro, não podia. Não podia porque ela a partir daí começava a ver o mundo, a crescer, se destacar e eles, os homens, não podiam suportar isso. E era tanto disparate que nem vou comentar mais nada.
O tempo passou e com ele veio a "liberdade" feminina, sua emancipação,e também  a culpa, a angústia, a depressão, a falta de amor porque ao se destacar a mulher ficou sozinha. Os lares se encheram de divórcio, os filhos de revolta e o marido de desprezo, porque o homem quando não entende uma coisa ele despreza.
Podemos dizer que viver ficou mais dificil, ficamos sobrecarregadas, atoladas em responsabilidade, enfrentamos antagonismo no trabalho, em casa, nas ruas e descrença pelo nosso esforço.
O marido logo pensa que se você foi promovida talvez ele esteja sendo um corno, e isso é intensificado nas rodas dos amigos que cruelmente acabam com a imagem da profissional mulher, tudo porque são incapazes de se desapegar das antigas tradições, da pose de machão. Os homens sempre tiveram alguém para cuidar deles, e geralmente mulheres, quando nasceram a enfermeira cuidou, depois a mãe continuou cuidando até ele poder se manter, se ele optou por ir morar sozinho, alguem veio cozinhar e limpar para ele, a namorada lhe deu o conforto que precisava e se ela passou a ser esposa virou sua empregada, psicologa e tudo mais que ele precisava em tempo integral. Isto explica como é dificil para eles aceitarem que somos autosuficientes e que se estamos com eles é porque é uma opão nossa e não necessidade. Creio que isso para o ego inchado masculino deve ser muito complicado.
Sim, o panorama feminino mudou, a época é outra, mas ainda tem chão para mudarmos também as tradições, estamos longe de sermos aceitas pelo que somos e fazemos. Fico irada quando vejo uma mulher exercer uma função tipicamente masculina, uma mecânica , por exemplo, e por isso ser tachada de homosexual, por grande parte dos homens e até mesmo das mulheres. O que faço é o que determina a minha sexualiade e não o que sou? Não é porque se pega no pesado é que se deixa de ser mulher, o tempo de mulher frágil já passou, hoje se uma delas trabalha no pesado é porque não tem opção ou tem bocas para alimentar, e como toda boa mulher enfrenta com coragem qualquer coisa que vir pela frente. Ela tem suas prioridades.
Enquantos os homens se prostam  diante das adversidades as mulheres tocam o barco, esperando tirar do problema uma solução para o mesmo. É assim que damos conta da jornada dupla que todas temos todos os dias. Sem essa garra e essa força isso não seria possível.
Somos multifuncionais, somos mãe, mulher, esposa, profissional, mediadora, decoradora, motorista, enfermeira, amante, etc. Sempre temos uma solução na manga, uma palavra , um sorriso nos lábios, mas também não queira testar a nossa paciência, ela também tem limites. Geralmente somos as ultimas a decidir por um divórcio e se isso acontecer pode ter certeza que foi tentado de tudo para fazer dar certo, mas não foi possível.
Hoje a maior causa dos divórcios é o destaque na carreira das mulheres, que sempre pede mais dela e acaba sobrando pouco tempo para o lar e os filhos, o que acaba gerando incompreensão por parte do marido que por sua vez, opta por pular fora. Se fosse ao contrário, e fosse ele o cara que tivesse que se dedicar mais ao trabalho, a história seria outra: ele teria todo o apoio em casa da esposa, dos filhos e claro da familia que sempre diria "coitado, ele trabalha tanto, vaí ser promovido". Mas para nós isso não existe, o que poderiamos ouvir é "você pensa que é só trabalhar? E seus filhos, seu marido, sua casa...eles são mais importantes..."
É, meus amigos, antes de continuarmos galgando os degraus da superação temos que galgá-los pela aceitação, e começar mudando a maneira de pensar da ala masculina, que cá entre nós está mudando sim, mas a passos lentos, precisamos acelerar esse processo e como faze-los?
Aqui vai algumas dicas: não seja escrava dos seus filhos, ensine para o moleque que mãe é mãe não empregada, que menina na escola se destaca porque estuda, que ele também pode destacar se estudar, e que homem chora sim porque também é de carne e osso e dói da mesma forma, e que se levar um esculacho, um bolo, um fora, que é normal sofrer por isso e a melhor maneira de exorcizar a dor é falar sobre ela, é chorar,  e que o que define um homem e uma mulher é o que se quer ser e não o que os outros dizem para ser ou falam que tem que ser.
Quem sabe assim nas próximas gerações o mundo esteja com espaço definido e igualitário para as mulheres, que compreendam as nossas conquistas, que vieram para somar e não para subtrair, até lá, minhas caras, já teremos sofrido tudo, por nós e por elas, as que virão.
Abraços.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Mensagem do dia

Tenha em você sonhos
sabendo que só você pode realizá-los, então queira.
A vitória virá sobre os obstáculos que durante seu
caminho aparecerá; driblando-os chegará à
realização de cada um destes sonhos, com consciência
de que para ter êxito não deverás ferir ou magoar
seus companheiros de caminhada.
Saiba que por si só você já é vencedor.

TÚNEL DA MORTE

É pelo chão frio da agonia, que se ouve um gemido...
Gemido de fome, gemido de dor, gemido por falta de amor.
É aquele trapo, é aquele pedaço, talvez ainda com carne,
Mas a aparência é: pele e osso, uma sombra,
De alguém que um dia foi alguém,
Mas que hoje nada é...

Fica ali jogado, chutado por seus semelhantes,
Seus próximos sendo cães, amigos de infortúnio,
Que compadecidos por sua triste sina
Passa-lhe a língua em um tímido afago.

Num fiozinho de voz, num sussurro raspante,
Voz triste, estagnada, espremida na garganta,
Ouve-se o pedido de socorro...não quer morrer.
Mas quem ouviu?

Ninguém. Todos ignoraram, todos se fizeram surdos.
Com medo da epidemia, com medo da miséria.
Entram para a concha medíocre da imobilidade.
Esquecendo que fome é coisa séria.

Então lá ele continua, sozinho
No canto escuro que a vida lhe reservou
O cantinho do túnel íngreme e escorregadio,
Composto de mãos que para baixo sempre empurrou.

E escorregando no visgo da fome,
Sufocado pelo vírus da miséria
Vai retomando dia-a-dia, até que sempre.
Seu lugar no túnel da morte.

Ah, o dinheiro.

Quer coisa mais chata que a falta de dinheiro? Pois é, esse leva muitos a cometerem desatinos, a justificar os meios, a forçar resultados nem sempre honrados para obtê-lo.


O vil metal, como alguns despeitados o chamam, é o que rege esse nosso mundo , ele o governa, ele o domina e não tem outra escolha ou alternativa. Ele é o poder de poucos e o inferno de muitos. Quem o possui não consegue imaginar uma vida sem ele e quem não o possui não consegue nem imaginar se lhe faltar o mínimo.

Os mais otimistas (ou conformistas) dizem que ele é a raiz de todo mal, que quando se morre não se leva um níquel sequer, que ele não é o centro da felicidade e assim vai desfiando formas variáveis para muitas vezes dissimular a ausência dele e a ânsia dele. O fato é que quanto mais se tem mais se quer e quando não o tem vive-se em depressão querendo ter. Sendo assim a realidade é que não se vive sem ele, não nesse mundo. Ele não traz felicidade, mas ajuda obtê-la, ele não livra da morte, mas a prolonga, ele não lhe traz o sossego da alma, mas traz os prazeres da carne e assim vai.

Como deve ser bom sacar da carteira e gastar, sem culpas, sem traumas, sem fazer contas, ou melhor, ir lá e só ir passando o cartão de crédito (que não tem limite de crédito) apenas para se dar o prazer de comprar um vestidinho aqui, uma bolsinha li, um par de botas de marca, uma viajem básica para o exterior, comprar carro mais legal e moderno e tantas coisas prazerosas que se pode fazer com ele que dá até uma sensação boa só de imaginar. No entanto, são muito poucos os que o tem para gastá-lo desta forma desvairada e em mundo de crise parece até um pecado pensar desta forma ou sonhar dessa maneira.

A realidade é mais dura, não tem base em fantasias, e ele, o “vil metal” é escasso quase inexistente, o que obriga a maioria das pessoas a cada vez mais conviver com o mínimo, vivendo em condições extremamente precárias, com prazeres cada vez menos prazeres, e feliz por ter ainda uma roupa com que cobrir o corpo ou um grão no prato para comer.

As necessidades básicas passam a ser extremamente básicas e luxo é artigo de luxo mesmo, elas se obrigam a trabalhar em subempregos onde recebem subsalários para manterem suas subvidas em suas submoradias situadas geralmente nos subúrbios onde estão cercadas pelo submundo onde são escravos de uma sina que determina um ciclo de miséria onde o poder que conhecem é a violência que infelizmente é gerada pela ausência de dinheiro que não deu espaço para cultura, educação, lazer e prazer, todos os itens básicos para que uma pessoa viva dignamente. Aqui a presença dele seria a diferença entre viver a margem ou viver na margem, ter uma vida honesta e sincera, ou entre viver e morrer porque num ambiente como esse morre-se um pouco por dia.

A diferença é que quem o tem controla a vida desses que não tem, porque se esses que não tem passarem a ter vão acabar com a regalia de quem já tem e então deixaria de ser bom negócio, deixaria de ser lucrativo, porque neste mundo capitalista é necessário que exista este povo descapitalizado para dar base para quem possui não só o dinheiro, mas a vida dessas pessoas.

A nossa vida.

terça-feira, 2 de março de 2010

Amizade

Amizade.
É uma palavra tão impactante, tão plena de significados, tão cheia, tão linda.
É um ato de amor. Quem a inventou devia estar rodeados de pessoas queridas ou completamente só; poderia estar provando a presença e companhia de pessoas sinceras e verdadeiras ou ansiando pelas mesmas. Fato é que tal palavra já se fez conhecer o mundo inteiro, não existe no mundo alguém que nunca fez um amigo, não importa se bicho, gente ou até mesmo uma coisa. Amigo é necessário. Amizade é essencial ao ser humano, é impossível viver sem.
Sei que muitos podem até bater no peito e dizer que não precisa de amigos, que faz pouco da amizade, mas  mente, ninguém é sozinho nesta vida, ninguém. Nem Cristo o foi, ele teve seus amigos, alguns especiais que  até repousavam em seu regaço, ele foi amigo e ainda é nosso amigo, mesmo que não fisicamente.
Não se pode mensurar o valor de uma amizade porque é ímpar, é um aconchego, um calor que nos aquece e nos cobre durante a nossa estadia nesta terra tão cheia de dissabores. Um sorriso, um abraço, um telefonema, uma carta, simples palavras deste amigo, daquele amigo, vale muito para nós.
É como água que apaga o fogo, que  refrigera o nosso peito e nos faz se sentir queridos, importantes, necessários ou simplesmente existentes.
Posso dizer que encontrei amigos verdadeiros e que ainda os tenhos, os quais tem me acompanhado sempre, com palavras e apoio nos momentos em que me parecia sem saída ou sem brilho eles me fizeram ver que tudo é passível e que sempre haverá uma luz no fim de tudo. Quando pensava que não teria forças eles me pegaram pela mão e me mostraram que apesar de tudo o sol sempre estará brilhando, consegui ver vida através de seus olhos.
Sou grata e sempre serei por te-los comigo durante esta viagem que é a vida. Obrigada, pela força, por existirem.
Amizade não tem preço.
Bjks.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Eu preciso disso



 



Dia desses teve uma pessoa que me disse "parece que o ano não começou ainda para você" e é verdade. Não me sinto no ano novo, não sinto esperança dentro de mim, não sei se talvez devido a tantas catástrofes que nos faz pensar o quanto pequenos e insignificantes somos, ou se estou a um passo de uma depressão, o que sei é que não estou entusiasmada.
Conquista em 2009 tive muitas, sou grata, mas não entendo essa apatia. Tenho tido constantemente enxaquecas, palpitações e só vou a academia porque me arrasto para ir. Não sou assim.
Trabalhar, então, está sendo um suplício sem fim. Fico olhando para as coisas por fazer e tenho vontade de sumir dali, não voltar nunca mais. Sinto um sufoco, um peso no peito e uma vontade genuína de gemer.
Nos finais de semana vou a igreja, mas quando estou lá, não quero estar lá, se não vou, quero ir. Não me entendo.
Quando o sol entra no meu quarto sinto vontade de chorar, mais um dia vai começar e me falta ânimo de levantar, então, me obrigo e assim um vazio me faz companhia pelo resto do dia.
O que será? Olho em volta e o que vejo são dádivas, meus filhos saudáveis, meu maridão, meu trabalho, minhas conquistas, não consigo entender essa apatia sem causa. Será as férias me fazendo falta? Tenho trabalhado muito, férias é sonho de consumo, descanso uma utopia. Talvez meu nível de estresse esteja tão alto que minha psique esteja pedindo arrego.
Estudei possibilidades de descansar, mas como? Filhos na escola, trabalho de montão? O que farei?
E se não for estresse, for algo mais sério, alguém me levará a sério? Ou vou ouvir que tenho "chiliques"como as vezes ouço.
Sinceramente, não sei. Creio estar no meu limite, esperando que alguém estenda sua mão e me alivie deste mal estar. Eu preciso disso.
Bjks.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


O ser humano é um ser intrigante e contraditório. Ele tem parâmetros de comparações que são ambíguos, coam um mosquito e engolem um camelo em detrimento do TER e não SER, prova disso são as classes sociais.
Hoje é mais atenuado mas, antigamente era escancarado o fato de você ser aceito ou não na sociedade pelo peso do seu bolso.
Rir alto era falta de classe, falar o que se pensava, principalmente se fosse mulher, era abominável, e claro, mulheres também ficavam de fora nas heranças porque "gente" era ser rico e ser homem. Era comum parentes distante de falecidos receberem herança somente pelo fato do falecido em questão não terem filhos, só filhas.
Quando um homem era rico e tivesse o primeiro filho homem, era este que herdava tudo, ser o segundo filho naquela época não era um bom negócio. Era comum ouvir dizer: "ele é só o segundo filho."
Isso soa patético e sem causa para vocês ? Devo dizer que não tem muita diferença nos dias de hoje. Não se espantem! Nós seres humanos vivemos de rótulo e até nos dias de hoje existe sim hieraquia.
Nós, inconscientemente, continuamos com fala ou atitudes atestando que ser o segundo filho não é tão bom quanto ser o primeiro. Por mais que se diga que não há diferença, sempre há.
O primeiro filho é um acontecimento! A família toda (vô, vó, tias, primos, sobrinhos, etc.) acompanham  a gestação que para começar foi anunciada em meio a uma festa, jantar ou almoço para todos. Todas as consultas é de ciência de todos, o ultrasson vai para o You tube e claro todos sabem a data provável do parto.
O barrigão não tem descanso, a toda hora é apalpado, os parentes monitoram todos seus movimentos. O bebê sendo gerado já é chamado pelo nome escolhido e aprovados por todos.
Qualquer visita que chega na casa dos futuros pais são logo convidado para ver o cantinho do bebê e assim vai entre sorrisos e aplausos.
O grande dia chega, os parentes estão todos no saguão da maternidade e é aquela disputa para ver o bebê, quando a imagem então aparece no telão é aquela gritaria. Isso acontece quando nasce e durante todo o crescimento do pimpolho à cada conquista sua, a cada gracinha aprendida.
Pois bem, um dia se descobre a segunda gravidez, e tudo é escandalosamente diferente. Para começar geralmente é algo que não se programou, aconteceu. A notícia para família é dada por telefone e a futura novamente mamãe houve um "você é corajosa, dois filhos! e daí em diante é descaso total, até o maridão que do primeiro ia a todas consultas e babava em todos os ultrassons agora já não é mais assim. O que antes era um prazer agora é se der tempo. Os parentes quando falam do bebê cochicham porque teem receio de que o mais velho ouça e se sinta preterido.
A gravidez avança e o barrigão passa despercebido e quando você fala que já está proximo do parto a admiração é geral:  "mas já!?" Quando o bebê nasce, no saguão da maternidade não há ninguém para festejar a sua chegada, apenas o pai na sala de espera esperando pelo "nasceu", mas ao ouvir se pergunta porque seu coração não bate descompassado. O segundo não é o primeiro portanto não é novidade!
Falo disso porque tenho dois filhos e quando nasceu o mais velho, na maternidade estava cheio de parentes a nossa espera no quarto, todos ansiosos em receber a nova pessoa, no entanto, quando nasceu o meu mais novo, mesmo sendo feriado em São Paulo, ninguém esteve presente, a não ser a tia dele que pediu saída do serviço (ela trabalha em outro municipio) e foi aguardar a chegada dele, se não fosse assim seria apenas meu marido que estaria lá . Visitas ele só recebeu em casa, uma de cada vez, nada de tumulto, nada de risos e aplausos.
As pessoas, os parentes vinham e praticamente ignorava o visitado para que o mais velho não se enciumasse e dava dicas : " dê atenção ao mais velho, o bebê é pequeno e ainda não entende" como se dissessem em outras palavras: "ele é mais importante, ele é o primeiro".
A princípio acreditei que fosse assim, afinal o "intruso" era o pequeno, mas então vi que isso estava errado. Por que negar atenção ao bebê, cochicar sobre ele como se a vinda dele fosse algo secreto e temível para o mais velho? Por que dizer primeiro, segundo? Vida se classifica? O bebê pode não entender nada mas sente e ressente da falta de atenção e o mais velho vai se ressentir de qualquer maneira já que toda adaptação tem suas dores e acontece naturalmente.
Por isso, meus amigos, não rotulem seus filhos por número de chegada, porque esse tempo já existiu e é ridículo, chame-os pelo nome e quando for apresentá-los diga "este é meu filho fulano e este é meu filho sicrano" e se alguém curioso perguntar quem é o primeiro enfatize a resposta: fulano tem tantos anos e sicrano tem tantos anos, e claro, se a pessoa é alfabetizada saberá fazer as contas.
Pessoas são pessoas e todo nascimento é importante, todos eles deviam ser motivo de festa, alegria e espera. Quem for o mais velho deve ser preparado para acolher o mais novo não o número, assim nem o mais velho se sentirá mais do que o mais novo e nem o mais novo se sentirá inferior na vida da família. Isto vale para todos.
Hierarquia, minha gente, é coisa do passado. Porque insistir nisso!
Abçs.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pra cima de mim, não!


Tem gente que é gabola, né?
Mal te fala oi e já despenca a contar papo.
Tem dia que se consegue ouvir esse tipo numa boa, mas tem dia que não dá. Por favor, se desincha!
Dia desses me deparei com uma dessas pessoas que é papuda de papos verdadeiros mas que cansam da mesma forma. Simplesmente é o tipo de pessoa que não consegue ficar sem falar de seus feitos ou conquistas e é blá-blá-blá que não acaba mais.
Fala tanto que enjôa e se você no meio dessa papeada resolver dizer qualquer coisa, quando ela te escuta é para ver se tem algo ou meio de diminuir o que você disse e poder crescer em cima de você. Arre!
Eu havia me esquecido do quanto essa pessoa era papuda, contadora de vantagem, por mim teria ficado no esquecimento, mas como a gente não pode viver sem desafios tive que topar com ela.
Testar minha paciência foi só o começo, porque foram testado minha audição e estômago também. Legal, você é o máximo, mas pare de falar por favor. E depois se você corta o barato desse ser você ainda está com inveja. Não há santo que aguente!
Infelizmente existe gente assim. Valei-me, meu Deus.


Hoje em dia é comum ouvir falar em incentivo a leitura, existe campanha para isso. Interessante é mas me entristece. Precisamos de campanha para ler!?

Há quem culpe a tecnologia pelo fato de se ler cada vez menos, mas o problema vem de mais longe.

O brasileiro não gosta de ler. Não lê porque não se habituou a isso. Nas escolas de antigamente (olhe que não muito longe) somente no colégio a leitura era obrigatória, veja bem, que era obrigatória porque se não obrigassem não se leria livro algum. Isso é realmente terrível, porque daquela época os adolescentes hoje são adultos e adultos pais que não aprenderam a ler e que continuam não lendo (porque ler 2 livros ao ano é uma vergonha!) como vão despertar o hábito em seus filhos?

É fato que se aprende bons hábitos na infância e para se aprender isto precisa ser ensinado, é despertar nas crianças o prazer da leitura, para que cresçam habituados a ler, não obriga-los a isso. Obrigação é chateação e se associarem isso ao ato de ler o Brasil vai ter que continuar com suas campanhas em prol da leitura.

Insistir com os adultos hoje não creio que surtirá muito efeito, a menos que existe alguma forma de despertar esse prazer tardio, no entanto, o que nos trará retorno a longo prazo são as nossas crianças que um dia serão adultos leitores pais de filhos leitores. Garanto que o panorama deste país será melhor.

Não estou afirmando que o fato de sermos leitores resolverá os problemas do Brasil (quem dera!) porque eles são muitos e transcede a leitura, mas vai contribuir para cultura do povo, vai faze-lo ir atrás de mais cultura resultando em educação e povo assim não se deixa enganar facilmente, tem ferramentas de articulação e conhece o seu direito.

Por enquanto, a campanha segue e faço fé que ela vai conscientizar nem que seja 1% dos brasileiros o que vai ser muito. Não estou sendo pessismista, não, é que em país onde todos leêm resumos de livros para fazerem suas provas é um dado estatístico expressivo. Terrível, não? E ainda tem mais: tive um professor na faculdade que passava o endereço eletrônico de onde era possível encontrar tais resumos. Lamentável.

Ler não deve ser obrigatório, porque ler é se informar, é saber, é ter o poder da palavra já que tal ato enriquece o nosso vocabulário e destrava o pensamento favorecendo a articulação , abre sua visão da vida e de brinde é um passatempo delicioso.

Quem sabe assim, o ler se tornando um hábito pra os brasileiros, estes programas estúpidos de televisão cheguem ao fim, porque programas desses tipos são assistidos por seus pares.

Eu digo ler, mas ler livros não e-books, que fazem mal aos olhos e favorecem a distração por que sempre há a tentação de ler seus emails ou acessar a pagina de um site, o livro não, este se pode levar para onde quer que vá, ler aonde se queira ler e ser prisioneiro de sua história em qualquer lugar.

Tenho reparado que homens leem ainda menos que as mulheres. Não conheço nenhum que realmente aprecie a leitura, posso dizer porque convivo com três e dois deles são alfabetizados. Um deles é meu filho recentemente alfabetizado e com aversão a leitura só lê mesmo porque insisto, leio com ele, sinceramente espero que isso se altere um dia e ele possa gostar; o outro é meu marido que passa longe de livros durante anos, se tiver gravuras até vai, mas evita se puder, já tentei de tudo, mas não se interessa prefere ver televisão ou então ler o cabeçalho das notícias no jornal e só. Ele já é adulto então as chances de um dia ele mudar são mínimas. Quanto ao caçula ainda não foi alfabetizado este tenho plenas esperanças de que se pareça comigo e seja meu companheiro de leituras, porque até agora sou proibida de fazer comentários do que leio, creio que não é implicância deles, mas sentimento de inferioridade mesmo.

Quero deixar bem claro: não sou contra a campanha nem nunca vou ser, muito pelo contrário, faço parte dela, mas minha tristeza é porque se o Brasil se interessasse mais por leitura sua história seria diferente, até o seu presidente.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Jane Austen sim, senhor!



Há quem não goste de nada antigo, "fora de moda", odeia textos escritos de maneira culta, elaborado, cheio de expressões linguísticas ricamente escritas, este com certeza passaria longe de um livro da Jane Austen, que vamos ser sincero é tudo isto. Sabemos que uma lingua nunca será tradução da outra, e deparamos com traduções caóticas e infundadas, mas quem faz a tradução de um livro de Jane Austen tem que ser o ou a "cara", porque senão corre o risco de assassinar o sentido ou controverter essa obra de imenso peso literário inglês.
O que me fascina em Jane Austen é tudo isso que disse acima. Essa linguagem rebuscada, esse valores há muito esquecidos por nós, essa trama tão singela, tão simples de entender, mas tão complexa ao mesmo tempo, a essência da escrita eu diria, já que hoje somos tão bombardeados de literatura de segunda todos os dias.
Ler um os livros dela é ser transportado para aquele mundo, é ser Elizabeth Bennet, Anne Elliot, Fanny Price, Emma , etc, é viver este tempo no qual respeito era tudo, embora a natureza humana existisse ali entre as tramas e fofocas, mas que comparado ao dia de hoje, não são nadas.
Como devia ser bom amar e ser amada naquela época, onde o decoro e a honra norteavam as atitudes das pessoas de bem.
Longe de mim ser conservadorista, mas sou nostálgica quando falo em valores morais e respeito, tão escassos hoje em dia, tão banais na estrutura familiar, que não podemos mais distinguir em um lar quem é pai ou quem é filho. Uma pena!
Eu gosto dela e de suas histórias, me chamem de quadrada ou o quê, mas me emociono em todos os seus livros e vibro com todos os filmes baseados em seus livros e claro, o meu preferido é Orgulho e preconceito em qualquer versão.
Cultura, meus amigos, cultura realmente. Por isso, Jane Austen.