terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Eu preciso disso



 



Dia desses teve uma pessoa que me disse "parece que o ano não começou ainda para você" e é verdade. Não me sinto no ano novo, não sinto esperança dentro de mim, não sei se talvez devido a tantas catástrofes que nos faz pensar o quanto pequenos e insignificantes somos, ou se estou a um passo de uma depressão, o que sei é que não estou entusiasmada.
Conquista em 2009 tive muitas, sou grata, mas não entendo essa apatia. Tenho tido constantemente enxaquecas, palpitações e só vou a academia porque me arrasto para ir. Não sou assim.
Trabalhar, então, está sendo um suplício sem fim. Fico olhando para as coisas por fazer e tenho vontade de sumir dali, não voltar nunca mais. Sinto um sufoco, um peso no peito e uma vontade genuína de gemer.
Nos finais de semana vou a igreja, mas quando estou lá, não quero estar lá, se não vou, quero ir. Não me entendo.
Quando o sol entra no meu quarto sinto vontade de chorar, mais um dia vai começar e me falta ânimo de levantar, então, me obrigo e assim um vazio me faz companhia pelo resto do dia.
O que será? Olho em volta e o que vejo são dádivas, meus filhos saudáveis, meu maridão, meu trabalho, minhas conquistas, não consigo entender essa apatia sem causa. Será as férias me fazendo falta? Tenho trabalhado muito, férias é sonho de consumo, descanso uma utopia. Talvez meu nível de estresse esteja tão alto que minha psique esteja pedindo arrego.
Estudei possibilidades de descansar, mas como? Filhos na escola, trabalho de montão? O que farei?
E se não for estresse, for algo mais sério, alguém me levará a sério? Ou vou ouvir que tenho "chiliques"como as vezes ouço.
Sinceramente, não sei. Creio estar no meu limite, esperando que alguém estenda sua mão e me alivie deste mal estar. Eu preciso disso.
Bjks.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


O ser humano é um ser intrigante e contraditório. Ele tem parâmetros de comparações que são ambíguos, coam um mosquito e engolem um camelo em detrimento do TER e não SER, prova disso são as classes sociais.
Hoje é mais atenuado mas, antigamente era escancarado o fato de você ser aceito ou não na sociedade pelo peso do seu bolso.
Rir alto era falta de classe, falar o que se pensava, principalmente se fosse mulher, era abominável, e claro, mulheres também ficavam de fora nas heranças porque "gente" era ser rico e ser homem. Era comum parentes distante de falecidos receberem herança somente pelo fato do falecido em questão não terem filhos, só filhas.
Quando um homem era rico e tivesse o primeiro filho homem, era este que herdava tudo, ser o segundo filho naquela época não era um bom negócio. Era comum ouvir dizer: "ele é só o segundo filho."
Isso soa patético e sem causa para vocês ? Devo dizer que não tem muita diferença nos dias de hoje. Não se espantem! Nós seres humanos vivemos de rótulo e até nos dias de hoje existe sim hieraquia.
Nós, inconscientemente, continuamos com fala ou atitudes atestando que ser o segundo filho não é tão bom quanto ser o primeiro. Por mais que se diga que não há diferença, sempre há.
O primeiro filho é um acontecimento! A família toda (vô, vó, tias, primos, sobrinhos, etc.) acompanham  a gestação que para começar foi anunciada em meio a uma festa, jantar ou almoço para todos. Todas as consultas é de ciência de todos, o ultrasson vai para o You tube e claro todos sabem a data provável do parto.
O barrigão não tem descanso, a toda hora é apalpado, os parentes monitoram todos seus movimentos. O bebê sendo gerado já é chamado pelo nome escolhido e aprovados por todos.
Qualquer visita que chega na casa dos futuros pais são logo convidado para ver o cantinho do bebê e assim vai entre sorrisos e aplausos.
O grande dia chega, os parentes estão todos no saguão da maternidade e é aquela disputa para ver o bebê, quando a imagem então aparece no telão é aquela gritaria. Isso acontece quando nasce e durante todo o crescimento do pimpolho à cada conquista sua, a cada gracinha aprendida.
Pois bem, um dia se descobre a segunda gravidez, e tudo é escandalosamente diferente. Para começar geralmente é algo que não se programou, aconteceu. A notícia para família é dada por telefone e a futura novamente mamãe houve um "você é corajosa, dois filhos! e daí em diante é descaso total, até o maridão que do primeiro ia a todas consultas e babava em todos os ultrassons agora já não é mais assim. O que antes era um prazer agora é se der tempo. Os parentes quando falam do bebê cochicham porque teem receio de que o mais velho ouça e se sinta preterido.
A gravidez avança e o barrigão passa despercebido e quando você fala que já está proximo do parto a admiração é geral:  "mas já!?" Quando o bebê nasce, no saguão da maternidade não há ninguém para festejar a sua chegada, apenas o pai na sala de espera esperando pelo "nasceu", mas ao ouvir se pergunta porque seu coração não bate descompassado. O segundo não é o primeiro portanto não é novidade!
Falo disso porque tenho dois filhos e quando nasceu o mais velho, na maternidade estava cheio de parentes a nossa espera no quarto, todos ansiosos em receber a nova pessoa, no entanto, quando nasceu o meu mais novo, mesmo sendo feriado em São Paulo, ninguém esteve presente, a não ser a tia dele que pediu saída do serviço (ela trabalha em outro municipio) e foi aguardar a chegada dele, se não fosse assim seria apenas meu marido que estaria lá . Visitas ele só recebeu em casa, uma de cada vez, nada de tumulto, nada de risos e aplausos.
As pessoas, os parentes vinham e praticamente ignorava o visitado para que o mais velho não se enciumasse e dava dicas : " dê atenção ao mais velho, o bebê é pequeno e ainda não entende" como se dissessem em outras palavras: "ele é mais importante, ele é o primeiro".
A princípio acreditei que fosse assim, afinal o "intruso" era o pequeno, mas então vi que isso estava errado. Por que negar atenção ao bebê, cochicar sobre ele como se a vinda dele fosse algo secreto e temível para o mais velho? Por que dizer primeiro, segundo? Vida se classifica? O bebê pode não entender nada mas sente e ressente da falta de atenção e o mais velho vai se ressentir de qualquer maneira já que toda adaptação tem suas dores e acontece naturalmente.
Por isso, meus amigos, não rotulem seus filhos por número de chegada, porque esse tempo já existiu e é ridículo, chame-os pelo nome e quando for apresentá-los diga "este é meu filho fulano e este é meu filho sicrano" e se alguém curioso perguntar quem é o primeiro enfatize a resposta: fulano tem tantos anos e sicrano tem tantos anos, e claro, se a pessoa é alfabetizada saberá fazer as contas.
Pessoas são pessoas e todo nascimento é importante, todos eles deviam ser motivo de festa, alegria e espera. Quem for o mais velho deve ser preparado para acolher o mais novo não o número, assim nem o mais velho se sentirá mais do que o mais novo e nem o mais novo se sentirá inferior na vida da família. Isto vale para todos.
Hierarquia, minha gente, é coisa do passado. Porque insistir nisso!
Abçs.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pra cima de mim, não!


Tem gente que é gabola, né?
Mal te fala oi e já despenca a contar papo.
Tem dia que se consegue ouvir esse tipo numa boa, mas tem dia que não dá. Por favor, se desincha!
Dia desses me deparei com uma dessas pessoas que é papuda de papos verdadeiros mas que cansam da mesma forma. Simplesmente é o tipo de pessoa que não consegue ficar sem falar de seus feitos ou conquistas e é blá-blá-blá que não acaba mais.
Fala tanto que enjôa e se você no meio dessa papeada resolver dizer qualquer coisa, quando ela te escuta é para ver se tem algo ou meio de diminuir o que você disse e poder crescer em cima de você. Arre!
Eu havia me esquecido do quanto essa pessoa era papuda, contadora de vantagem, por mim teria ficado no esquecimento, mas como a gente não pode viver sem desafios tive que topar com ela.
Testar minha paciência foi só o começo, porque foram testado minha audição e estômago também. Legal, você é o máximo, mas pare de falar por favor. E depois se você corta o barato desse ser você ainda está com inveja. Não há santo que aguente!
Infelizmente existe gente assim. Valei-me, meu Deus.


Hoje em dia é comum ouvir falar em incentivo a leitura, existe campanha para isso. Interessante é mas me entristece. Precisamos de campanha para ler!?

Há quem culpe a tecnologia pelo fato de se ler cada vez menos, mas o problema vem de mais longe.

O brasileiro não gosta de ler. Não lê porque não se habituou a isso. Nas escolas de antigamente (olhe que não muito longe) somente no colégio a leitura era obrigatória, veja bem, que era obrigatória porque se não obrigassem não se leria livro algum. Isso é realmente terrível, porque daquela época os adolescentes hoje são adultos e adultos pais que não aprenderam a ler e que continuam não lendo (porque ler 2 livros ao ano é uma vergonha!) como vão despertar o hábito em seus filhos?

É fato que se aprende bons hábitos na infância e para se aprender isto precisa ser ensinado, é despertar nas crianças o prazer da leitura, para que cresçam habituados a ler, não obriga-los a isso. Obrigação é chateação e se associarem isso ao ato de ler o Brasil vai ter que continuar com suas campanhas em prol da leitura.

Insistir com os adultos hoje não creio que surtirá muito efeito, a menos que existe alguma forma de despertar esse prazer tardio, no entanto, o que nos trará retorno a longo prazo são as nossas crianças que um dia serão adultos leitores pais de filhos leitores. Garanto que o panorama deste país será melhor.

Não estou afirmando que o fato de sermos leitores resolverá os problemas do Brasil (quem dera!) porque eles são muitos e transcede a leitura, mas vai contribuir para cultura do povo, vai faze-lo ir atrás de mais cultura resultando em educação e povo assim não se deixa enganar facilmente, tem ferramentas de articulação e conhece o seu direito.

Por enquanto, a campanha segue e faço fé que ela vai conscientizar nem que seja 1% dos brasileiros o que vai ser muito. Não estou sendo pessismista, não, é que em país onde todos leêm resumos de livros para fazerem suas provas é um dado estatístico expressivo. Terrível, não? E ainda tem mais: tive um professor na faculdade que passava o endereço eletrônico de onde era possível encontrar tais resumos. Lamentável.

Ler não deve ser obrigatório, porque ler é se informar, é saber, é ter o poder da palavra já que tal ato enriquece o nosso vocabulário e destrava o pensamento favorecendo a articulação , abre sua visão da vida e de brinde é um passatempo delicioso.

Quem sabe assim, o ler se tornando um hábito pra os brasileiros, estes programas estúpidos de televisão cheguem ao fim, porque programas desses tipos são assistidos por seus pares.

Eu digo ler, mas ler livros não e-books, que fazem mal aos olhos e favorecem a distração por que sempre há a tentação de ler seus emails ou acessar a pagina de um site, o livro não, este se pode levar para onde quer que vá, ler aonde se queira ler e ser prisioneiro de sua história em qualquer lugar.

Tenho reparado que homens leem ainda menos que as mulheres. Não conheço nenhum que realmente aprecie a leitura, posso dizer porque convivo com três e dois deles são alfabetizados. Um deles é meu filho recentemente alfabetizado e com aversão a leitura só lê mesmo porque insisto, leio com ele, sinceramente espero que isso se altere um dia e ele possa gostar; o outro é meu marido que passa longe de livros durante anos, se tiver gravuras até vai, mas evita se puder, já tentei de tudo, mas não se interessa prefere ver televisão ou então ler o cabeçalho das notícias no jornal e só. Ele já é adulto então as chances de um dia ele mudar são mínimas. Quanto ao caçula ainda não foi alfabetizado este tenho plenas esperanças de que se pareça comigo e seja meu companheiro de leituras, porque até agora sou proibida de fazer comentários do que leio, creio que não é implicância deles, mas sentimento de inferioridade mesmo.

Quero deixar bem claro: não sou contra a campanha nem nunca vou ser, muito pelo contrário, faço parte dela, mas minha tristeza é porque se o Brasil se interessasse mais por leitura sua história seria diferente, até o seu presidente.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Jane Austen sim, senhor!



Há quem não goste de nada antigo, "fora de moda", odeia textos escritos de maneira culta, elaborado, cheio de expressões linguísticas ricamente escritas, este com certeza passaria longe de um livro da Jane Austen, que vamos ser sincero é tudo isto. Sabemos que uma lingua nunca será tradução da outra, e deparamos com traduções caóticas e infundadas, mas quem faz a tradução de um livro de Jane Austen tem que ser o ou a "cara", porque senão corre o risco de assassinar o sentido ou controverter essa obra de imenso peso literário inglês.
O que me fascina em Jane Austen é tudo isso que disse acima. Essa linguagem rebuscada, esse valores há muito esquecidos por nós, essa trama tão singela, tão simples de entender, mas tão complexa ao mesmo tempo, a essência da escrita eu diria, já que hoje somos tão bombardeados de literatura de segunda todos os dias.
Ler um os livros dela é ser transportado para aquele mundo, é ser Elizabeth Bennet, Anne Elliot, Fanny Price, Emma , etc, é viver este tempo no qual respeito era tudo, embora a natureza humana existisse ali entre as tramas e fofocas, mas que comparado ao dia de hoje, não são nadas.
Como devia ser bom amar e ser amada naquela época, onde o decoro e a honra norteavam as atitudes das pessoas de bem.
Longe de mim ser conservadorista, mas sou nostálgica quando falo em valores morais e respeito, tão escassos hoje em dia, tão banais na estrutura familiar, que não podemos mais distinguir em um lar quem é pai ou quem é filho. Uma pena!
Eu gosto dela e de suas histórias, me chamem de quadrada ou o quê, mas me emociono em todos os seus livros e vibro com todos os filmes baseados em seus livros e claro, o meu preferido é Orgulho e preconceito em qualquer versão.
Cultura, meus amigos, cultura realmente. Por isso, Jane Austen.