quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Viver não é difícil... Deveria ser simples, mas temos o dom de complicar tudo.

Viver é simplificar, é libertar, é amar, porque tudo, mas tudo mesmo nesta vida é uma troca, é reciprocidade.

Tem pessoas que passa a vida se escondendo da vida, tem medo de vivenciar coisas embora diga que não. Vive rodeada de pessoas e é tão solitária e vazia que dá pena, isso porque não se desprende do orgulho, acredita que mostrar-se forte é esconder possíveis sentimentos. Nunca permite que alguém olhe pra dentro, nem mesmo ela se olha e seus relacionamentos tendem a ser duradouros, porém superficiais, um faz de conta sem fim.

Essas pessoas sofrem muito, na maioria das vezes são amarguradas porque não tem o Sol da leveza para iluminar sua vida e, onde o essa luz não toca cresce a escuridão de sentimentos ruins e sombrias incertezas.

Geralmente são consumistas ao extremo ou completamente rígidas com as finanças, uma compensação ou autopunição; vivem atoladas em trabalhos, definhando em empregos insatisfatórios porque tem medo de enxergar além do círculo de conforto.

Amar uma pessoa assim é quase impossível porque elas não deixam serem tocadas por sentimentos mais fortes e arrebatadores, exceto a raiva e  rancor, e seus relacionamentos, seja qual for, são baseados em trocas materiais. São pessoas cativantes a princípio, mas não conseguem manter isso por muito tempo porque no final a amargura que carrega consegue contaminar tudo a sua volta.

Podem ter o melhor salário, cursado a melhor faculdade, o carro mais top de todos, no entanto, a sensação de incompletude permanece então, a busca de prazeres rápidos vira um vício, é o reflexo de seu interior desestruturado e embora sofra jamais pede ajuda.

Ela nunca conversa sobre assuntos sérios e complexos se podem levar a introspecção, raramente ouve conselhos, nem a família consegue ajudá-la porque ela insiste em continuar cega e irredutível na sua jornada autodestrutiva, esquecendo que tem que se permitir para ser feliz e que isso é estado interior, e como o camaleão, desfazer-se da casca que não lhe serve mais e se renovar.

Enfim, os anos passam, a vida segue e então ela se vê na velhice e lá, com a sapiência da idade, verá que tudo poderia ter sido diferente se tivesse curvado diante do mais nobre e sábio sentimento: a humildade. Só que agora o tempo passou e é tarde demais e a morte certeira virá. Uma vida inteira desperdiçada por um sentimento de orgulho inútil quando exagerado, o que resta agora é a sensação de fracasso sentida nos ossos enfraquecidos e no coração que ainda continua solitário.

Um comentário:

  1. Bela postagem, Semika!
    Nascer não é opção. Morrer é uma certeza. Viver é uma escolha. Anular a vida é uma tolice. O hoje, na verdade, é tudo o que temos para o dia.
    http://jefhcardoso.blogspot.com lhe convida e espera para ler e comentar “O Grande Circo Nonsesense – Vila Abranches”. Abraço.

    ResponderExcluir