terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Vida Notável
De repente a gente podia ser um inseto, uma abelha talvez. Ela é tão pequena, inteligente, veste o mesmo modelito ano após ano e sempre está linda e na moda, além disso faz o doce mais doce e saboroso do mundo o qual ninguém pode imitar até hoje. É uma coisa pequena que faz algo infinitamente grande. Daí tem o caso e o fato de que ela vive uma semana. Bem, é pouco, mas já parou pra pensar que tem quem viva 100 anos e não faz nada de extraordinário? Acredito que tem muitos por aí que trocaria sua vasta vida pelos míseros cinco ou sete dias, que seja, da abelha só pelo prazer de fazer algo realmente notável. Nesta vida atarefada denominada moderna e facilitada (não sei onde), vive-se tentando viver superando, vencendo, tendo; nunca o estando, o sendo. Somos robôs tentando ser humano, esquecendo do que realmente é importante para fazer a vida valer a pena. A abelha trabalha sim, e muito, mas o seu estar é cheio do colorido das flores, elas tem o poder de ir ao fundo destas e pegar o seu bem precioso, a sua excência, o seu néctar. Não há desperdício, elas pegam exatamente aquilo de que necessitam, porque poderão voltar outra hora, terão tempo para isso. Tal coisa não acontece conosco, pelo contrário, abarrotamos nossos armário de alimentos, porque ocupados como somos, sabemos que não teremos tempo de voltar para comprar, e assim depois jogamos no lixo porque o tempo passou e nós nem vimos ele ser implacável com as coisas que guardamos. Lamentável! Então, cada vez mais se produz mais para comprarmos mais e mais jogarmos fora acumulando mais lixo e sobrecarregando os aterros e intoxicando cada vez mais o solo. Olha só onde tudo isso nos leva. Mas se fossemos como as abelha isso não aconteceria, porque além de que teríamos tempo para voltar a buscar, a nossa cabeça seria boa, já que viveríamos embebidos em aconchego, em cores e flores, apreciaríamos o sol (haveria tempo pra isso), beberíamos da água da chuva e de quebra, seríamos nós que fariamos o nosso alimento, o nosso mel, a nossa liga, e nossos filhos não sofreriam depressão, não teria como babá a televisão e não se envolveria com drogas e más companhias já que o nosso mel, o nosso doce, manteria o laço da família, uniria os corações e a nossa casa seria o melhor lugar do mundo onde ninguém seria carente de afeto e amor. Seríamos telespectadores do pôr-do-sol todos os dias, impregnando nossas almas do bem estar que vem da nautreza e nosso nariz não seria ofendido com fumaça, nem nosso humor com o trânsito porque estaríamos além disso e com nossas asas voaríamos em direção do céu. Poderíamos ser como as abelhas, nossas asas, metaforicamente, são os nossos corações, ele pode voar, tocar tudo que lhe é importante e faz bem, com amor, carinho e dedicação. E quando terminássemos nossa jornada neste mundo, seja 100 anos ou 5 dias, poderíamos repousar em paz e tranquilidade sabendo que fizemos o melhor e que os valores foram plantados e que a vida sendo do tamanho que for, pode ser notável. Bjs.
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